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segunda-feira, setembro 29, 2003

Girls just wanna have fun


Como eu prometi, vou escrever sobre os fetiches femininos. O assunto gerou tanta expectativa que várias amigas deram palpites, fazendo questão de contar o que elas mais gostam nos homens. Recebi e-mails divertidos sobre as preferências femininas. Então preparem-se garotos, porque a mulherada está com tudo !

Em primeiro lugar, óbvio, tenho que falar que mulher gosta mesmo de um tanque. Nada como um tanquinho para afogar as mágoas, não é ? Aquelas barrigas saradas, absurdamente lindas, durinhas, definidas … tudo de bom. E um tórax de respeito, com ou sem pêlo, mas nada a la Tony Ramos, pelo amor de Deus ! Braços fortes, que abraçam com segurança também são bem-vindos. Pescoços e nucas e o melhor: barba por fazer !!! Isso é o máximo ! Sim, claro que tem mulheres que odeiam mas muitas são fascinadas por aqueles pêlos que ficam saltando nos rostos másculos. Nariz que dá beijo de esquimó, olhos grandes e brilhantes, olhos pequenos que ficam apertadinhos quando sorriem … aliás, olhos que riem são encantadores. Sorrisos são fantásticos, carismáticos e conquistam. Olhares são reveladores, profundos e cobiçam.

Lábios carnudos, bocas que você têm o prazer de beijar. Costas largas e tatuadas, bundas … sim, bundas, ou só os homens olham para as nossas ?! A gente olha bunda de homem sim, e não é só porque é lá que eles deixam a carteira, como os machistas tanto alardeam. Bunda com a marca da sunga, que indica uma ida a praia … muito interessante … pernas torneadas, musculosas, panturrilha delineada, pés, como tem mulher que adora um pé !

Cabelos compridos, cabelos com cachos rebeldes, loiros, morenos, negros, cabeça raspada, cabelo espetado, piercing, pele de todas as cores, sinais, marcas, brinco na orelha, cavanhaque, bigode, magro, alto, baixinho, fortinho, mãos que tocam com sedução, voz que seduz com doçura.

Algumas mulheres ainda dizem que homem nu é feio, mas certamente elas andam vendo os caras errados sem roupa … a beleza do corpo despido é igual sim. As mulheres têm curvas, mas os homens também são belos na dureza com que seu corpo foi desenhado. É a própria forma bruta da beleza, que faz de cada pedacinho um fetiche arrebatador.

Bem, meninos, fiquem ligados. Quando vocês passam a gente olha sim, olha o que mais gosta e olha com vontade. Sabe quando vocês tiram a roupa de uma garota com o olhar ? Cuidado ! Na última esquina você ficou sem a sua roupa, que foi tirada por um ardente olhar feminino.


Janaina Pereira
Redatora
janaredatora@hotmail.com
www.fotolog.net/janaredatora




quarta-feira, setembro 24, 2003

O que eles vêem mas o coração nem sente


Quando o assunto é o corpo humano, todo mundo tem sua parte preferida. Para começar, quero falar do que eles admiram no corpo das mulheres (se bem que eu acho que eles olham tudo no corpo de uma mulher, mas acredito que existam partes mais sedutoras que outras).

A bunda já foi a paixão nacional – maior do que os consumidores de cerveja poderiam imaginar – mas um dia um par de silicone entrou em nossas vidas e tudo mudou. Ter peitão virou mania, virou rotina, virou polêmica. Diante de tantas possibilidades, o universo masculino tem suas predileções. Alguns homens continuam achando que bunda é o que há. E lá vamos nós para academia, correr na esteira, usar a última versão de um creme ultramoderno para acabar com as celulites. Outros preferem os seios. Grandes, fartos, daqueles que chegam antes das suas donas. Mas existem homens que gostam mesmo de um belo par de pernas. Musculosas, torneadas, fortes, daquelas que enroscam fácil no corpo deles. Ainda temos outras partes cobiçadas pelos garotos: mãos, com unhas que abalam ao acenar – e que deixam bem à vista aquele esmalte vermelho poderoso; barriga – saradas, definidas, malhadas; boca – quanto mais desenhado e carnudo o lábio, melhor o beijo, segundo eles; pés – eu acho pé algo inacreditavelmente horrível, mas tem homem que adora; olhos – de todas as cores, com olhares profundos e reveladores e ainda aquele nariz perfeito, arrebitado e atrevido.

Mas é claro que existem outros aspectos do curvilíneo corpo feminino que agradam também. Alguns homens adoram mulheres de cabelos curtos. Outros preferem os longos e lisos. Temos ainda os que são vidrados nos cachos indomados. Ainda há preferência por peles claras e sardas que enchem o corpo de uma misteriosa sensualidade. Ou peles morenas e seu eterno bronzeado enlouquecedor. As loiras podem conquistar multidões mas eles ainda casam com as morenas e são seduzidos pelas ruivas. E aí tudo pode contar para deixá-los babando: uma andar sensual, um sorriso arrasa-quarteirão e até um sotaque charmoso (modestia à parte, as cariocas levam alguma vantagem neste quesito. A cada “s” pronunciado vem um sorriso malicioso.). E as mulheres altas têm seus fãs, as baixinhas conquistam vários, as magrelas arrastam multidões e as cheinhas também têm seus admiradores.

A beleza, nisso tudo, é relativa. Porque existem esteriótipos, padrões que podem ser seguidos pelas estrelas da TV e as musas da passarela. Mas nós, mulheres normais que passam no caminho de vocês, meninos, temos algo em particular, algo só nosso. Um jeito de ser, um olhar, um gesto, uma coisa única que quando o homem olha, admira. O que eles olham são os objetos de desejo, aquele pedaço do corpo que eles curtem – e muitas vezes nem sabem porquê. Mas isso é apenas um detalhe de um corpo. O que fica são atitudes, não aparências.

O homem pode ter chegado até você porcausa do seu irresistível cruzar de pernas. Mas o que todas esperamos é que todos eles vejam além dos rostinhos e corpinhos bonitos.

Já dei o ponto de vista deles. Em breve voltarei a falar sobre o que a gente olha e deseja num corpo masculino. Os fetiches femininos ! Porque é claro que a gente tem… e muitos.


Janaina Pereira
Redatora
janaredatora@hotmail.com
www.fotolog.net/janaredatora


terça-feira, setembro 23, 2003

Longe daqui, longe de tudo


Hoje eu acordei com muitas saudades de você.
Acordei mal, com o coração ferido. Meu corpo não se sustenta, não paro em pé. Estou chorando agora. Eu não dormi direito, eu não consigo falar, eu estou tão desesperada, tão triste, tão só … eu respirei fundo e senti o cheiro do mar, eu senti o cheiro de casa, da minha verdadeira casa. Senti o cheiro do lugar que faz parte da minha vida. Senti saudades das pessoas que eu amo e que me amam sem se preocupar quanto eu terei no banco amanhã. Sinto falta dos abraços, do carinho, das palavras doces que os amigos sempre tiveram para mim. Eu queria largar tudo aqui agora e sair correndo, pegar a estrada só para abraçar a minha mãe. Porque eu sinto falta, porque eu sinto saudades, porque eu amo desesperadamente e porque este amor dói. E eu já não suporto mais sentir tanta dor.

Janaina Pereira
Redatora
janaredatora@hotmail.com
www.fotolog.net/janaredatora

segunda-feira, setembro 22, 2003

Escrevi este texto tem alguns meses. Mandei para vários sites mas ele continuava inédito ... até agora. Curiosamente, estou com ela de novo. Como vou me calar por alguns dias, ele veio a calhar. Aproveitem bem o meu silêncio, ele é mais perturbardor do que minhas furiosas palavras.



Pausa para escrever

Pra quem vive da palavra, o silêncio tem um significado inusitado. Eu não consigo ficar quieta por muito tempo. Além de escrever muito, eu falo muito também. Às vezes eu preciso me aquietar e não consigo. Preciso me calar, e tenho dificuldades. Então vem sempre uma faringite estratégica pra me deixar calada.
Falar pode gerar vários tormentos em sua vida. Nem sempre o que falamos é interpretado da maneira correta. Nem todo mundo está preparado para ouvir o que temos a dizer. E muitas vezes falamos de modo tão sincero que acabamos magoando quem está ouvindo.
Eu sou melhor escrevendo do que falando. Coisas de redator. Falo depressa demais, atropelo as palavras, não respiro entre as frases. Já quando escrevo consigo deixar claro meus pensamentos, minhas emoções e meu ponto de vista.
Durante muito anos eu me perguntei porque eu gostava tanto de escrever. Porque eu não sabia pintar, desenhar, costurar, cozinhar, fazer qualquer outra coisa, porque eu tinha que gostar de escrever ?
Lembro que eu sempre fiz redações enormes no colégio. Ao contrário da maioria das crianças, nunca tive dificuldade nas aulas de redação. Sempre fui ótima aluna, sempre escrevi muito. Escrevia poesia, escrevia na carteira do colégio, na parede de casa, escrevia cartas, escrevia contos, escrevia cartão de aniversário. Participava de concursos de poesia, de concursos de redação, escrevia, escrevia, escrevia.
Escrevi tanto durante meus 28 anos de vida que tenho calo nos dedos, tenho tendinite, mas não tenho a dor suficiente que me faça parar de escrever. Tenho mãos finas e dedos longos, aquelas mãos que chamam de mãos de pianista de tão finas … mãos que nunca tocaram num piano, mas que teclam o computador com ansiedade.
E quando eu não sei mais o que dizer, quando me faltam as palavras, eu escrevo. Tem uma frase da Fernanda Montenegro que é ótima: “Teatro e respiração pra mim são a mesma coisa.” Eu digo que escrever e respirar para mim são a mesma coisa. Se eu não pudesse escrever, eu não existiria. Aliás, eu só existo porque posso expressar meus sentimentos escrevendo.
A palavra, quando dita, gera milhões de interpretações. Quando escrita, pode ter outro significado. Eu aprendi a respeitar o fato de que sou péssima falando. Enche o saco ficar repetindo a mesma coisa, porque muitas vezes o outro não quer entender. Pior ainda é ficar falando o que o outro não quer ouvir. Então às vezes é bom mesmo que a faringite “feche” minha garganta. Assim eu me poupo. Curioso é como as pessoas reagem diante do silêncio – daí ele ser inusitado. Se você não fala, cobram isso. Por que você está quieto ? O que aconteceu ? Ora, você pode estar usando apenas seu direito de não falar.
Dizem que a palavra vale prata e o silêncio vale ouro. E que você deve se arrepender das suas palavras, nunca do seu silêncio. E que uma imagem vale mais que mil palavras. Eu acho que “EU TE AMO” é tão lindo quando você fala ou quando você escreve. Só que quando você fala, as palavras podem não ficar ecoando em seus ouvidos na próxima briga. E quando você escreve, elas podem ser guardadas no fundo da sua gaveta por toda eternidade.
Sou a favor de que as pessoas falem menos e façam mais. Que as pessoas aprendam a se ouvir também. E que cada um pare para ouvir o que o outro tem a dizer. Que respeitem as opiniões contrárias à sua. Que se respeitem e silenciem. Principalmente quando não há nada para dizer, que façam silêncio. E olha eu aí, de volta ao silêncio. A matéria-prima de quem vive das palavras. Mesmo que a pessoa relute a se calar. Mas aí vem uma faringite estratégica que cala você. Só que nem a faringite impede o bom uso das palavras. Porque escrever é como respirar: quando eu deixar de fazer isso, eu deixarei de existir.

Janaina Pereira
Redatora
janaredatora@hotmail.com
www.fotolog.net/janaredatora

quinta-feira, setembro 18, 2003

Solidão com vista pro mar


Algumas pessoas já me disseram que meus textos andam deprimentes. Imagina, nada a ver. Eu não estou deprimida, nem triste, nem chateada com a vida. A vida tem se apresentado tão bacana, colorida e luminosa, mesmo em dias chuvosos, que não posso reclamar. O que é difícil entender é que não dá para estar feliz todo dia. Às vezes eu fico cansada, quero fugir desse lugar. Eu fico triste, eu choro, eu tenho TPM, eu sinto saudades, eu tenho medo. Mas depressão eu só tive duas vezes na minha vida: alguns anos após a morte do meu pai e quando cheguei a São Paulo. E nos dois momentos eu me recuperei. Porque eu sou assim mesmo: tenho esse jeito melancólico e londrino de ser, que parece estar eternamente de mau humor com as palavras. Mas na verdade eu sou como o dia, que sempre vem após a noite. Eu sou filha do sol, tenho luz própria, tenhor amor no coração, sou do bem. Jamais perco mais do que 24 horas com a tristeza que me habita. Eu convivo muito bem com ela e com a solidão que eu adoro. Sou daquelas que curte silêncio, quietude, sentimentos tranquilos, paz de espírito. Sei que é difícil para as pessoas entenderem que o amor da minha vida é uma cidade partida que eu precisei deixar para trás. Mais difícil ainda são os novos amigos compreenderem o que os velhos já sabem: eu falo de morte, de pesadelo, de dor e sofrimento com a mesma naturalidade que falo de paixão, vitórias, sucesso e sonhos. Eu penso sim que um dia vou morrer, e isso não me assuta porque já morri tantas vezes e voltei. Eu acredito em reencarnação, em alma, em espírito, em vida em outros planetas. Acredito na força da natureza, na pureza dos animais e nos sinais divinos. É por isso que não temo nada e creio mesmo que tudo, absolutamente tudo passa.

Nos dias de solidão e angústia, eu venho aqui e escrevo coisas duras, pesadas, densas. Mas eu não sou um poço de sofrimento. Eu sou a solidão com vista pro mar e eu gosto disso. O mar temporariamente não está diante dos meus olhos. Nem precisa. Eu carrego ele no meu nome porque sou sua rainha. E é por isso que após a turbulência eu sempre me acalmo e sigo o caminho, deixando-me levar pelas ondas.

Serena, segura mas às vezes impetuosa. É assim que eu sou. Como o mar, que em dias de sol é acolhedor e em dias de chuva é arredio. Entendam que muitas vezes o sol brilha e eu brilho com ele. Só que de vez em quando vem uma frente fria e aí a vibração muda. Mas tudo passa. Como uma onda no mar.


Janaina Pereira
Redatora
janaredatora@hotmail.com
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terça-feira, setembro 16, 2003

Na real


Por que as pessoas complicam as coisas ? O mundo é tão simples, mas tem sempre alguém tentando fazer algo a mais. E esse algo a mais ferra tudo. Não seria mais simples você chegar no cara e falar: “fofo, cai fora, eu não quero mais nada com você” do que ficar dizendo pro coitado que não pode sair porque vai trabalhar até tarde ? E se ele chegasse e falasse: “gatinha, é uma noite e nada mais” não seria melhor do que ficar na angústia da ligação que não virá no dia seguinte ?

É mais simples você dizer: “cara, só quero sexo e amizade” do que o menino ficar achando que você se apaixonou e quer casar com ele amanhã. Ele pode não ter sacado que você, garota moderna, não quer compromisso. Também é mais fácil chegar logo e falar: “ não enche o saco, eu não vou para cama com você” do que iludir alguém que você sabe que jamais, em hipótese alguma, vai levar você para horizontal.

Mas não !!!!!!!!!!! O povo complica, não explica. Enrola, não esclarece. Omite, não fala. Tem que por para fora, deixar claro seus desejos, seus medos, sua (in)satisfação. O cara achou que você queria casar com ele só porque você ligou no dia seguinte ? Céus, não era nada disso !? Você só queria cobrar a grana que ele ficou te devendo do jantar que ele não pagou !? Mas você não esclareceu, não falou a verdade … ele pensou coisas … e quando as pessoas pensam, tudo fica confuso.

O ser humano é dotado dessa racionalidade que muitas vezes atrapalha. As pessoas pensam muito e falam demais. Sejamos objetivos. Se você não quer mais a garota, fala logo. Não fica aí em banho-maria iludindo a coitada. Se você não vai mais jantar o rapaz, avisa logo. Depois ele vai ficar pegando no seu pé e você vai reclamar. Dor de cabeça ? Fala sério, você não quer e pronto. Não inventa história, não inventa moda, não inventa nada.

Claro que levar um fora sempre dói. Mas dói muito mais esperar por quem não vem, fingir o prazer que não se tem, fazer qualquer coisa para agradar os outros.

A pessoa mais importante da sua vida é você. Invista em si mesmo. Coloque uma boa dose de sinceridade no coração e acredite: vale a pena. Eu prefiro chorar pelo fora que levei do que ficar esperando por quem não quer voltar. E aprendi a dizer que não quero, que não posso, que não vou.
Faz tempo que descobri que quando agrado a mim mesma, eu ganho muito mais. Porque eu sou a protagonista da minha vida. E se essa é a minha história, o roteiro tem que ser escrito pelas minhas mãos sem direito a coadjuvantes intrometidos.


Janaina Pereira
Redatora
janaredatora@hotmail.com
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quinta-feira, setembro 11, 2003

Closes

Uma imagem vale mais do que mil palavras. Como redatora, podia discordar … mas não, eu até acho que isso faz sentido. Um sorriso significa muito. Uma lágrima também. Já as palavras podem significar mentiras. Portanto a gente engana com palavras mas não com as imagens refletidas pelo nosso corpo. O corpo fala. E emite sons de amor, ódio, alegria, revolta, dor, felicidade. E são essas imagens que estão no meu álbum de fotos. Momentos felizes, saudades, amores, amigos, amados e amantes. Todo dia uma foto nova, uma cara nova, cabelos e penteados diferentes, cores, gente, lugares, natureza, cenas da minha vida. Divirtam-se por lá. E para quem reclama que aqui não dá para comentar, cada foto pode receber elogios escandalosos e escancarados.

www.fotolog.net/janaredatora

O meu álbum de fotos. Todo dia com novidades.
Devorem.



Poder, substativo feminino

Este é o nome do meu artigo que está no site da Wonderbra (sim, daqueles sutiãs ma-ra-vi-lho-sos !!!!).

www.wonderbra.com.br
leiam em "recicle-se"

Com a força da minha amiga Juliana Faria, que escreve pro site, consegui colocar um texto bacaninha por lá. Leiam e divirtam-se.

Janaina Pereira
Redatora
janaredatora@hotmail.com
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quarta-feira, setembro 10, 2003

I am what I am

Tem horas que dá um cansaço tão grande que eu tenho vontade de mandar o mundo párar porque eu quero descer. É um peso nos ombros que meu corpo já não pára em pé. Eu adoro o silêncio, a solidão, a chuva para me esconder no meu quarto sombrio. Eu adoro ficar quieta e inerte. Mas tem sempre um porquê, um talvez, um quase, um sei lá o que. Alguém vem te perguntar, vem te invadir com aquela aparente e insuportável felicidade. As pessoas fingem o tempo todo. Fingem que gostam de você, que se importam, que querem o seu bem. Fingem que vão te ajudar, que vão te apoiar, que vão estar ao seu lado quando você precisar. Mas poucas valem mais do que um “oi” ou um papo de bar.

“Poucas pessoas valem mais do que um “oi” ou um papo de bar”. Ouvi isso outro dia e concordei plenamente. É incrível como desperdiçamos tempo e energia com gente que não merece. A pessoa mal conhece você e julga, pune, intimida e defama. O fulano ali falou que o sicrano viu o beltrano fazendo não sei o que. Fodeu. Um monte de inúteis perdem tempo espalhando uma história quem nem sabem direito do que se trata.

Quem é você para falar de mim ? O que eu faço, o que eu penso, o que eu quero é problema meu. Você são vocês, um bando de hipócritas e mesquinhos que gastam toda a energia ruim que tem falando mal da vida alheia. Que prazer se tem ao denegrir a imagem do outro ? Que prazer idiota o ser humano tem ao humilhar, ofender e maltratar uma pessoa que nunca deu motivo para isso ?

Eu tenho vários momentos de Michael Douglas em “Um dia de fúria”. Uma vontade louca de sair por ai com um cacetete na mão quebrando tudo. Às vezes dá vontade de quebrar a cara de uns e outros, dá vontade de mandar um monte de gente à merda, dá vontade de chutar o balde e descer do mundo.

Mas… I am what I am. E depois de párar cinco minutos para escrever sobre uma dúzia de escrotos que insistem em passear pelo mundo, eu desisto. Tenho mais o que fazer. Eu não vim ao mundo à passeio. Enquanto alguns perdem tempo pensando nos outros, eu sigo meu caminho sem olhar para trás.

Hoje é o que importa. O resto, como disse Hamlet … o resto é silêncio.

Janaina Pereira
Redatora
janaredatora@hotmail.com
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segunda-feira, setembro 08, 2003

Little Jane

Quando eu era criança, viaja muito para o sul de Minas e de São Paulo. Minha infância está repousando nas ruas sem calçada de Itajubá e Lorena e nas lembranças que deixei por lá. Minha avó materna, Lenira, é mineira, mas foi para o Rio com 18 anos. Ainda bem, porque eu não trocaria minha identidade carioca por nenhum sotaque desse mundo. Mas é maravilhoso ter família em outros lugares, especialmente num lugar tão curioso como Itajubá. Cresci achando aquela cidade sem graça e sem vida, e a medida que meus parentes lá iam morrendo, eu deixava de viajar para Minas.

A primeira perda da minha vida foi da minha bisavó materna. Eu tinha 9 anos. Eu viajava para vê-la em Itajubá todos os anos, nas minhas férias de julho. Era uma delícia: doce de leite, sorvete de queijo, frango com batata baroa, brincar na horta e não ver TV. Milhares de primos e primas, crianças para brincar – como filha única, cresci no meio de adultos. Mas quando a vovó Marieta (minha bisavó, de quem lembro com perfeição) morreu, parte dessa história acabou. Ainda assim Itajubá sobreviveu às minhas lembranças. São vinte anos sem ela, e eu lembro de tudo, do quarto dela, do seu lugar na mesa, de sua imagem serena. Viajar para Itajubá passou a ser menos frequente e mais sofrido.

Foram muitos anos longe da minha porção mineira. Quando eu entrei naquela casa de novo, senti que minha vida não mudara nada. Ainda sou a Jana, a prima carioca que vai passar uns dias em Minas. Minha porção caipira, interiorana, simplória e impressionantemente caseira ainda mora nas ruas de Itajubá. Cada lágrima que derramei ao ver meu tio-avó, com 94 anos, foi por um passado que nunca mais vai voltar. Um passado repleto da doçura que me fez bem, que me fez dar valor a este bem difícil, mas fundamental, que é a família.

Meus primos que vi nascer, que peguei no colo, que enchiam a casa de alegria e hoje são adolescentes e jovens que acham que eu tenho a idade deles. Ao mesmo tempo que converso com eles, sento na cama do meu tio João, minha única referência de avô, e ouço suas histórias. Seu rosto branquinho, bochechas rosadas e olhos azuis sempre foram a mais grata lembrança itajubense. Mesmo que o tempo apague milhares de coisas da minha mente, eu nunca esqueço da sua imagem cheia de ternura. E foi por ele, por saber que sua hora está chegando, que eu voltei à minha infância em Itajubá. É doloroso ver alguém tão bom sofrer tanto, mas eu não quero questionar a vontade divina. Só posso continuar amando-o, como sempre amei cada um daqueles que fazem parte da minha gigantesca e perdida família.

É muito bom saber que posso receber um abraço fraterno como o da minha querida prima Nia; um abraço caloroso, saudoso, cheio de afeto. Nia, a mais querida das primas, que eu tenho um carinho enorme, uma das pessoas mais amadas da minha vida.

Agradeço a minha mãe e a minha avó por terem superado qualquer rancor e terem me levado desde sempre para Itajubá, para eu ficar perto das minhas raízes e assim crescer e dar valor a elas. Em menos de 48 horas resgatei alguns anos de infância perdida. Lembrei de como a Jana continua com a mesma essência melancólica e emotiva. Ainda sou a Janinha de sempre.

Janaina Pereira
Redatora
janaredatora@hotmail.com

quinta-feira, setembro 04, 2003

Não é preciso apagar a luz


No dia 4 de fevereiro de 2001 eu preparava minha mudança para SP (uma mala com meia dúzia de roupas e meu portfólio) quando fui bombardeada pela notícia do acidente do Herbert Vianna. Eu, fã número 1 do Paralamas, apaixonada pelas letras do Herbert, quase não pude acreditar. Lembro da minha mãe dizendo que ele ia morrer. Lembro dos meus amigos ligando para se despedir de mim e comentando do acidente. Mas o que mais lembro foi quando eu disse para minha amiga Luiza que eu tinha certeza que o Herbert sobreviveria e eu ainda iria novamente ao show do Paralamas. E a Luiza lembra disso muito bem.

Eu viajei naquela noite e não consegui dormir. Cheguei a Sampa na manhã do dia 5 e em minha primeira residência aqui – um flat de um quarto que eu dividia com outras duas cariocas – passei horas em frente à TV buscando notícias. O tempo foi passando e cada e-mail que chegava do Rio - em especial os da Luiza – vinham com notícias do Herbert. As pessoas lembravam de mim porque eu sempre acreditei que ele ficaria bom. Eu nenhum momento eu duvidei disso. Eu nunca imaginei minha vida sem uma música do Paralamas. Porque a minha vida são várias músicas do Paralamas.

Eu estava de passagem pelo Rio quando ele saiu do hospital. Eu olhei para minha mãe e disse: “ eu disse que ele ia ficar bom.” Algumas pessoas acham que ficar paralítico é a pior coisa do mundo e que seria melhor morrer do que viver assim. Não concordo. Primeiro que a hora de morrer é certa e a dele não chegou. Segundo, que temos que passar por determinadas situações e não podemos fugir delas. E terceiro – e definitivo – os filhos dele precisavam que ele estivesse vivo, não importa como. E a vida é maior do que as limitações de uma cadeira de rodas.

E nada como o tempo para mostrar que amor, amizade e fé fazem muita diferença. Como eu disse a minha amiga Luiza anos antes, eu fui ao show do Paralamas novamente. Na estréia da turnê “Longo Caminho” eu estava lá no Credicard Hall. Aplaudindo, gritando, dançando e me emocionando muito. Impossível não se comover ao vê-lo. Impossível não ficar feliz com tanta energia boa vindo de um cara que viu a morte, perdeu seu amor e renasceu. Com a força, a harmonia e o alto astral de sempre. Era o mesmo Paralamas que eu vi tantas vezes no Rio, a mesma vibração e presença de palco, o mesmo calor, tudo igual. Pular, vibrar, me esgoelar até perder a voz, o fôlego e o rumo de casa.

Foi a Luiza, claro, que me deu o último CD deles. Para ela, uma das coisas mais legais dessa história é que eu acreditei tanto que o Herbert viveria – assim como tantas outras pessoas torceram por isso – que não tinha como dar errado. E é justamente essa fé e essa crença de que o bem sempre vence que me faz acreditar que no fim, realmente, tudo dá certo.

Faz poucas semanas que eu, novamente, fui ao show do Paralamas no Ibirapuera, no meio da grama, da multidão, da emoção e de toda aquela energia sobrenatural. Ouvi todas as músicas que são referências para minhas dores, meus amores e que faz o meu mundo melhor.

Eu sempre vou acreditar que há uma luz no túnel dos desesperados e há um cais de porto pra quem precisa chegar. E que bom, ah, meu Deus, que ótimo, que eu posso continuar ouvindo a voz do Herbert a me guiar pela noite à caminho de casa.


Janaina Pereira
Redatora
janaredatora@hotmail.com



terça-feira, setembro 02, 2003

Hot people


Um casal de amigos tem uma lista com os homens e mulheres que, se eles encontrarem um dia, podem pular a cerca. Pular a cerca quer dizer trair, dar uma escapadinha (ou isso que acabei de escrever sem “uma escapadinha”, ok ?). Achei engraçado e vou fazer minha lista. Lista me lembra o filme “Alta Fidelidade”, bem legal, mas melhor ainda é a peça “A vida é cheia de som e fúria”, baseada no mesmo livro (que eu ainda não li) “High fidelity” do Nick Hornby. Sempre lembro daquela lista de músicas para tocar no próprio funeral. Tenho as minhas ! Quando eu morrer – e eu serei cremada, com minhas cinzas sendo jogadas dos altos das pedras do Arpoador numa tarde de sol, de preferência num domingo – nada de velório, mas pode rolar uma musiquinha. Como Crying, do Roy Orbinson. Perfeita.

Mas voltando a lista de homens e mulheres que podem fazer você sucumbir … isso para um casal pode ser bem produtivo. Imagine, você sabe que com um daqueles da lista, não tem jeito, se passar pelo seu caminho, vai rolar. Claro que a lista tem que ter umas regras, por exemplo, não pode ser o vizinho – vai que ele fica famoso, né ? O negócio é fazer a lista com pessoas quase impossíveis.

Então vamos lá, com quem você iria para cama sem pestanejar, rápido, sem pensar ? Óbvio que minha primeira opção é Brad Pitt. Ele é perfeito. Mas minha lista imbatível contém ainda George Clooney e Russel Crowe. Eu já escrevi sobre isso aqui. Aliás, os três ao mesmo tempo seria tudo. Na sequência, Marcelo Antony. Tudo de bom, um homem absolutamente lindo. E depois, David Beckham. Pronto, com um deles eu seria uma mulher feliz, realizada, completa. Se bem que o Lenny Kravitz … hummm … o Denzel Washington … o Fábio Assunção … o Colin Farrel … o Rodrigo Santoro … acho que a lista está ficando um pouco grande, é melhor párar por aqui.

Lista com caras praticamente impossíveis pode ser divertida, mas as chances de gemer sem sentir dor com um deles é remota. É claro que a vida é cheia de surpresas: eu já encontrei o Marcelo Antony no cinema, por exemplo, e ele não estava do lado de dentro da telona. Era um mero espectador, como eu. Vai que ele me olha e acha que eu sou a mulher da vida dele …

A melhor parte dessa história é pensar que você tem o controle da situação. Eu quero esse homem, ele é o cara que eu levo pra cama, pro sofá, pra mesa da sala de jantar, pro chão, pro elevador, pra areia da praia e pra dentro do mar. Mas eu não vou fazer nada que ele não queira. Só vou fazer tudo que eu quiser. Homem objeto é um dos maiores sonhos de consumo do sexo feminino. Pena que alguns custem tão caro, mas não deixam de ser deliciosamente comestíveis. E cabem perfeitamente nos nossos desejos mais calientes.

Janaina Pereira
Redatora
janaredatora@hotmail.com

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