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quarta-feira, novembro 29, 2006

Errando é que se aprende?


Sinceramente, não sei se precisamos errar para aprender algo. Estou muito cansada de ver as pessoas cometendo as mesmas tolices. Repetem erros, continuam nos equívocos, não deixam para trás o que passou, vivem insistindo em coisas que não dão certo. Nossa, como isso me cansa. E fica aquele lenga-lenga, aquela gente que não sabe o que quer, que vive em função de erros já cometidos... será que é necessário magoar o outro para aprender?

Não preciso errar para saber o que está errado. Está errado insistir em falsas promessas, em pedir paciência em vão, em achar que tudo termina bem no final. Prefiro a crueldade da verdade, por pior que ela seja, do que mentiras e omissões.

Mentir e omitir. Isso sim são grandes erros.


Primeiros Erros

(Kiko Zambianchi)

Meu caminho é cada manhã
Não procure saber onde estou
Meu destino não é de ninguém
E eu não deixo os meus passos no chão
Se você não entende não vê
Se não me vê não entende

Não procure saber onde estou
Se o meu jeito te surpreende
Se o meu corpo virasse sol
Se minha mente virasse sol
Mas só chove e chove
Chove e chove


Se um dia eu pudesse ver
Meu passado inteiro
E fizesse parar de chover
Nos primeiros erros
Meu corpo viraria sol
Minha mente viraria sol
Mas só chove e chove
Chove e chove


Janaina Pereira

domingo, novembro 26, 2006

Pequenas grandes coisas


Estou completando um ano como editora do jornal online da faculdade, o Inove. Passou rápido... e como eu aprendi nesse tempo. Nunca imaginei ser editora de nada nessa vida... muito menos do jornal da faculdade. Eu só queria escrever, adoro ser repórter. Mas, como me disse na época meu querido mestre Amaral, a faculdade me descobriu. E olha eu aqui, um ano depois, editando muito mais que escrevendo.

Tudo começou com um texto aqui e outro ali nos impressos. Eram matérias sem fontes, mas não eram opinativas. Como sempre li jornal, sei bem diferenciar opinião de informação. Aliás, era isso que chamava a atenção: eu estava só no segundo semestre mas já tinha uma visão jornalística muito boa. O professor Renato começou a me pautar para os eventos da faculdade; como ele não me conhecia pessoalmente, certamente achava que eu era mais uma jovem promissora. Mas logo a verdade dos fatos foi descoberta: eu sempre trabalhei com isso, pois sou redatora publicitária que também sabe fazer texto jornalístico, e tenho a experiência a meu favor - são mais de doze anos vivendo dentro do mundo da comunicação.


Leio jornal desde que aprendi a ler. Na minha casa sempre fomos assinantes de jornal. Na época do meu primeiro vestibular, quando eu tinha 17 anos – faz tempo isso – eu lia três jornais por dia. Meu pai me ensinou a ler, primeiro, o caderno de economia. Depois política, cotidiano, ciência e tecnologia, internacional, cultura e esportes. A ordem era: do que eu menos gostava para o que eu mais gostava. Hoje isso mudou. Gosto mais de economia do que política, e cultura passou a frente de esportes. Também curtia ler o caderno de bairros do Globo. Adorava as pequenas histórias do cotidiano de cada bairro do Rio. Nunca fui fã de nenhum jornalista, mas tem um colunista do Globo que eu adoro, o Artur Dapieve. Botafoguense e fanático por Legião Urbana, como eu. Eu sempre fui esquisita, gostava de coisas que as outras crianças não gostavam. Os vidros de perfume da minha mãe eram microfones, mas eu não imitava as cantoras, e sim, as repórteres. E olha que não sou fã de TV, embora um dia eu quis ser como a Isabela Scalabrini, excelente repórter esportiva.

Lembro que, quando vi o Pedro Bial fazendo a reportagem da queda do Muro de Berlim, percebi que o jornalismo me colocaria próxima de outro assunto que adoro: história. Participar de fatos históricos eé algo que eu acho o máximo e um repórter pode fazer parte disso. Com o passar do tempo, a televisão foi me cansando, mas o jornal permanece em minha vida, assim como o rádio. Adoro. Fiz um programa no Rio, onde ninguém reclamava do meu sotaque. Eu sempre quis ser locutora, muito mais do que repórter. Os ouvintes adoravam, era um programa sobre saúde, e as pessoas ligavam muito para fazer perguntas ao vivo, era um barato. Acho que naqueles três meses em que fui redatora e locutora de rádio eu me realizei como poucas vezes na minha profissão. Mas acho minha voz feia, embora rádio ainda seja algo fascinante para mim.

Como publicitária, já fiz assessoria de imprensa, promoção, eventos, marketing, design, além da tradicional propaganda. Ainda sou boa nisso, sempre tive umas ‘sacadas’ criativas, mas gostava mesmo do planejamento das campanhas, de pensar como o produto ia ser vendido. Adorava fazer pesquisa com o consumidor. Nossa, eu sou esquisita mesmo.

Agora eu estou ali, no meio do caminho. A publicitária que fala mal de publicitários – isso desde sempre – e quase uma jornalista – estamos na metade da jornada. E eu, que posso nunca ser editora de alguma coisa nessa vida, sou a editora do Inove. Pode não ser nada para alguns, mas para mim representa muito. Significa, incluisive, conviver profissionalmente com uma das melhores pessoas da face da terra, minha editora preferida, a quem devo todo o apoio recebido dentro do jornal: Carlinha, minha companheira de edição.

O que aprendi como editora foi ter a visão ampla dos fatos, isso sem falar que meu texto evoluiu muito por causa do meu próprio trabalho de edição. Além disso virei pauteira, uma função que aprendi a adorar. Hoje sou um pouco dividida, faço de tudo um pouco nas funções jornalísticas; escrevo bem menos, mas ainda adoro fazer reportagens - que estão mais critoriosas, valorizando temas e conteúdos. Não sei se eu sou uma boa repórter, mas descobri que sou uma editora exigente e brava. Os alunos têm medo de mim. Achei engraçado quando me falaram isso. Até me senti meio Álvaro Bufarah – o professor mais temido do curso de jornalismo.

Não sou uma editora malvada. Só cobro as obrigações de cada um. O jornal da faculdade, para mim, não é e nunca foi brincadeira. Acho que temos que ser profissionais sempre, e é isso que eu peço a cada aluno, a quem eu sempre chamo de repórter. Porque é o que eles são. Eu não sou editora porque sou melhor que os outros, nem para aparecer. Eu faço parte de uma equipe, e aprendo com cada um, todos os dias. Uma das melhores coisas de ser editora foi ter dado força para muita gente escrever, e hoje, tenho minha fiel equipe de pupilos. E eu fico muito orgulhosa de ver como eles me respeitam e me admiram. Mas, talvez eles nem percebam que eu os admiro e respeito muito mais.

Tudo isso só é possível graças ao professor-orientador que me escolheu para o cargo, e é a pessoa a quem eu devo tudo que sou hoje. Meu mestre mais que querido, Alexandre Barbosa. Este texto tem o intuito de agradecer, publicamente, a todos os puxões de orelha pelos títulos publicitários, que hoje são jornalísticos. Esse era meu maior defeito, que consegui resolver. Sem o Alexandre, eu não seria a quase jornalista que sou. É a ele que devo boa parte do meu aprendizado técnico, e a certeza de o caminho, tortuoso, ainda terá muitas flores.

Ale, você faz parte da história da minha vida jornalística e como fatos devem ser escritos para serem sempre lembrados, você merece este texto. Nunca esqueça que meu nome é Janaina, e não Sabrina, e que sou aquela aluna chata que reclama toda vez que você se atrasa para a edição. Mas que na hora que tudo parece sair do ar, você pode ter a certeza de que a única que não sai do ar sou eu. Posso até revelar meu apelido nos bastidores da redação do Inove - tratorzinho. Porque comigo não tem erro: a matéria vai ao ar de qualquer jeito, sempre. É tudo para ontem. Eu não brinco em serviço, literalmente falando.

Ao mestre Alexandre, esse pequeno grande homem responsável por fazer desta publicitária uma quase jornalista feliz, meus mais sinceros agradecimentos. Construimos, ao longo deste ano, uma relação profissional baseada em dedicação, respeito, lealdade, confiança e ética. Pois é, ética, palavra tão falada pelos falsos moralistas de plantão, mas que, na prática, não é usada.

Obrigada por tudo, Ale. E lá vamos nós editar o Inove, porque no webjornalismo a urgência é que nos move.


Janaina Pereira

sábado, novembro 25, 2006

Maktub


Dizem que as paixões não podem ser controladas. Será? É, acho que não mesmo. O amor é cego, mudo, surdo, e, definitivamente, muito burro. O amor é idiota. E qual a diferença entre amor e paixão?

Eu sempre fui amiga de Platão. Os amores platônicos foram os melhores, ou piores, dependendo do ponto de vista. Mas eles foram tão importantes para meu amadurecimento que valeram a pena. As paixões foram avassaladoras. Corroeram tanto quanto incendiaram. Foram dolorosas, queimaram até deixar marcas profundas. As cicatrizes estão por toda parte.

O amor verdadeiro... sei lá ... eu já achei que eu o encontrei um dia. Eu quase tive certeza. Éramos um. Éramos nós. Deu errado. Eu repito mil vezes: poderia ter te amado para sempre. Por que você não deixou?

Os árabes não acreditam em coincidências. Eu também não. Quando algo importante acontece, eles dizem: Maktub. Ou seja: estava escrito. É isso que eu tenho tatuado no braço direito . Acredito que tudo está escrito. Até a infelicidade de conhecer alguém capaz de contar as maiores mentiras por metro quadrado.

O amor é burro. Mas o ódio também é. Maktub. Estava escrito. E agora, mais do que antes, está tudo literalmente escrito. Um dia as estrelas escreveram que eu te amava. Hoje as lágrimas escrevem que você nunca percebeu, de fato, o quanto eu te amei.

Mas tudo passa. Afinal de contas, ninguém pode viver para sempre dentro da caverna. A luz cega, já que o tempo que vivi na escuridão foi muito longo. Mas é muito bom saber que eu ainda sou a metamorfose ambulante.


Janaina Pereira

sexta-feira, novembro 24, 2006

Por que que a gente é assim?


Eu amo o Herbert Viana. Porque ele sempre disse tudo que eu queria dizer. Porque ele sempre cantou os amores e as dores; as traições e as descobertas; o fim e o começo. Do cd LONGO CAMINHO vem o suc esso "Cuide bem do seu amor", e a primeira estrofe da música diz tudo... o segundo que antecede o beijo. A palavra que destrói o amor.

É por essas e outras que é melhor ficar calado do que dizer uma coisa idiota. Porque as idiotices não tem volta e machucam um coração para sempre.


Cuide Bem do Seu Amor

Os Paralamas do Sucesso



A vida sem freio
Me leva, me arrasta, me cega
No momento em que eu queria ver.
O segundo que antecede o beijo
A palavra que destrói o amor
Quando tudo ainda estava inteiro
No instante que desmoronou.

Palavras duras em voz de veludo
E tudo muda, adeus velho mundo
Há um segundo, tudo estava em paz!


Cuide bem do Seu Amor
Seja quem for
Cuide bem do Seu Amor
Seja quem for

E cada segundo, cada momento cada instante
É quase eterno, passa devagar.
Se o seu Mundo for o mundo inteiro,
Sua vida, seu amor, seu lar.
Cuide tudo que for verdadeiro,
Deixe tudo que não for passar.

Palavras duras, em voz de veludo
E tudo muda, adeus velho mundo
A um segundo, tudo estava em paz!

Cuide bem do Seu Amor
Seja quem for
Cuide bem do Seu Amor
Seja quem for


Janaina Pereira

terça-feira, novembro 21, 2006

As mulheres coloridas de Almodóvar


Pedro Almodóvar é meu diretor favorito. Assisto todos os seus filmes, e é nítido sua evolução como cineasta. Ele dá mais uma prova de amadurecimento com “Volver” (em português, “Voltar”), seu novo filme, atualmente em cartaz no Brasil. As cores de Almodóvar nunca foram tão perfeitas para retratar – como ele sabe muito bem – a história de mulheres fortes e sofredoras.

Raimunda (Penélope Cruz) é uma mulher batalhadora que vive passando por dificuldades com o marido bêbado e desempregado. Um acontecimento envolvendo sua filha adolescente Paula (Yohana Cobo) coloca Raimunda num dilema. Ao mesmo tempo, sua irmã Sole (Lola Dueñas) está às voltas com o suposto fantasma da mãe, Irene (Carmen Maura), que aparece para consertar erros do passado.

Não dá para contar muito sobre o filme, pois estraga as várias surpresas do roteiro. O que não se pode negar é a incrível habilidade de Almodóvar para lidar com temas densos e difíceis. Assim como já fizera nos excelentes “Tudo sobre minha mãe” (sua obra-prima, que aborda o homossexualismo), “Fale com ela” (sobre estupro) e “Má Educação” (sobre pedofilia), o diretor espanhol construiu em “Volver” uma atmosfera serena para tratar de assuntos dolorosos. Sempre com rara delicadeza, valorizando as mulheres e mostrando sua admiração por elas, Pedro Almodóvar fez mais uma obra rica e complexa, com vários momentos divertidos e emocionantes.

Destaque para o elenco brilhante, que conta com a beleza de Penélope Cruz e o talento de uma das minhas atrizes favoritas, Carmen Maura; a fotografia, o figurino e a trilha sonora. Apesar de soar meio absurdo para os menos acostumados aos seus trabalhos, o roteiro de Almodóvar é sempre coerente e com conteúdo. Ele não nos poupa das probabilidades que os rumos de suas histórias vão tomando, mas também não deixa que os acontecimentos soem em tons ofensivos.

Para quem gosta do cinema típico da comunicação de massa, Almodóvar é estranho e incomum, e seus filmes parecem bizarros. Para quem gosta de cinema diferenciado, o cineasta espanhol é obrigatório. Ele é o caso raro de quem faz cinema com inteligência, trabalhando o drama íntimo e pessoal de cada personagem de maneira única.


Janaina Pereira

domingo, novembro 19, 2006

Do que os homens e as mulheres gostam?


Outro dia me falaram que as mulheres gostam de homens que se pareçam, até fisicamente, com elas. Cabelos longos, rosto fino, sensíveis, delicados. Quase femininos. Será?

Nunca gostei de homem assim. Até já namorei um cara de cabelos longos, que fugiu completamente do meu padrão de beleza. E o único aparentemente sensível, se revelou um canastrão. Mas a gente, volta e meia, foge do nosso ‘tipo ideal’.

Gosto de homens que se pareçam com homens. Personalidade e postura são fundamentais. Meninos têm seu charme, afinal, não tem rugas e brincam com a inocência que se perderá com o tempo. Mas a maturidade é um aliado, e com ela se ganha vários pontos. Que o diga o homem mais sexy do mundo, George Clooney. Lindo aos 45 anoS, com todo o charme dos cabelos grisalhos e dos sinais do tempo.

As mulheres não são favorecidas com o passar dos anos. Os homens curtem as mais novas, e assim as ninfetas sobrevivem. Mas na hora de casar, sempre escolhem tipos que pareçam com suas mães: progenitoras, dedicadas, carinhosas. Alguém vai dizer que homem não se casa com um 'tipo igual sua mãe' porque não faz sexo com sua mãe. Verdade. Mas isso não tem nada a ver com sexo. Porque sexo ele faz com a amante, a mulher independente com quem ele jamais casaria.

Tudo na vida é relativo. Ainda mais a beleza. Olhos claros são interessantes, sorrisos são marcantes. Bocas, narizes, cabelos, mãos, pés e pernas atraem. Barba, tatuagem e piercings podem ser fascinantes. Mas é uma grande personalidade que tornam alguém inesquecível.


Janaina Pereira

sexta-feira, novembro 17, 2006

Retrato em branco e preto


Olhando as fotos que tirei no final de 2005, percebo um olhar radiante, um rosto iluminado, sinal de um coração feliz. Iludidamente feliz.

Hoje vejo minhas fotos de um outro ângulo. Eu envelheci. O rosto está marcado, e os sinais de quem vive se interrogando pelas incertezas, já aparecem. O olhar é vazio, quase perdido, mas ainda há um brilho, remoto, mas que está lá. O sorriso é largo, solto, mas cercado por marcas que deixam o rosto envelhecido.

Como eu mudei!!! Como eu me tornei, em apenas um ano, uma mulher mais velha! O que tantas lágrimas fizeram comigo? O que tanta dor causou em minha vida? Por que eu fui escolhida, no meio da multidão, para ser deliberadamente enganada?

Hoje me olho no espelho e vejo que aquela menina ficou no passado, perdida, no final de 2005. Ficou esquecida entre falsas promessas e juras de amor eterno. O que restou foi uma mulher que aprendeu a continuar a caminhada só, amparada por alguns amigos que não julgam, apenas apóiam .

Como diz a música... as marcas do que houve ficarão pra sempre em mim. E restou, em minha face, o semblante da mulher que, mesmo se quiser, nunca mais será uma menina novamente.



Janaina Pereira

quinta-feira, novembro 16, 2006

Pílulas


Revendo o filme sobre o Cazuza, percebo como é injusto não citarem o Ney Matogrosso. foi ele quem chamou a atenção para o Cazuza compositor, cantando "Pro dia nascer feliz". Além de ter sido o grande amor da vida do roqueiro.

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Novembro ganhou mais um feriado. Nada contra a consciência negra, mas, cá entre nós, a gente tem muito feriado, não? Eu já estou cansada de tanto feriado!!! Vamos trabalhar?


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Final de semestre corrido. Tantos trabalhos, livros, textos, pesquisas, edições... e a coisa só funciona porque sou a favor do regime totalitário no grupo. Mas não é fácil ser líder. E eu só mando porque eu sei obedecer.

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Ganhei mais um companheiro de escriba. Divirtam-se no blog do queridíssimo Jorge Eduardo, o Coincidências não existem e descubram porque esse menino tem futuro.



Janaina Pereira

segunda-feira, novembro 13, 2006

A ditadura a flor da pele


O cinema estava lotado de bons filmes neste final de semana, coisa rara. Scorcese e Almodóvar, dois dos meus diretores favoritos, com filmes novos... difícil escolher. Mas eu e Fabinho optamos por um filme nacional: “O ano em que meus pais saíram de férias”. Escolha certeira. Sua temática intimista e a relação entre política e vida pessoal dos personagens é uma combinação que em canta o mais exigente dos espectadores.

Dirigido por Cao Hambuerguer, um especialista em direção de crianças – é dele o “Castelo Rá-tim-bum” - “O ano em que meus pais saíram de férias” tem com grande trunfo a atuação dos atores mirins Michel Joelsas e Daniela Piepszyk. Carismáticos e espontâneos, a dupla brilha ao lado do ator Germano Haiut, enchendo a tela de lirismo e sensibildiade.

O roteiro de Cláudio Galperin, Bráulio Mantovani, Anna Muylaert e Cao Hamburger, baseado em história original de Cláudio Galperin e Cao Hamburger, narra a história do pequeno Mauro (Michel Joelsas), um garoto mineiro que, em 1970, adora futebol e jogo de botão. Um dia sua vida muda completamente, já que seus pais saem de férias de forma inesperada e sem motivo aparente para ele. Na verdade, os pais de Mauro foram obrigados a fugir por serem perseguidos pela ditadura, tendo que deixá-lo em São Paulo com o avô paterno (Paulo Autran). Mas, ao chegar a casa do avô, Mauro é surpreendido com uma notícia, que faz com que ele tenha que ficar com Shlomo (Germano Haiut), um velho judeu solitário. Enquanto aguarda um telefonema dos pais, Mauro precisa lidar com sua nova realidade, que tem momentos de tristeza pela situação em que vive e também de alegria, como a amizade com Hannah (Daniela Piepszyk ) e o desempenho da seleção brasileira na Copa do Mundo.

O excelente roteiro levou quatro anos até ser concluído e foi realizada uma pesquisa com mais de mil crianças, para a seleção dos intérpretes dos personagens pré-adolescentes. O filme ganhou o Troféu Redentor de Melhor Filme - Júri Popular, no Festival do Rio e também o Prêmio do Júri - Menção Honrosa e o Prêmio Petrobras Cultural de Difusão - Melhor Filme de Ficção, na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo.

Além do elenco afinado e do roteiro inteligente (o paralelo com a Copa do Mundo é brilhante), o filme conta com fotografia primorosa, direção de arte perfeita e a direção precisa de Cao Hamburguer, com tomadas de cena que exploram as emoções e situações intensas vividas pelos personagens. É uma história emotiva, mas, ao mesmo tempo sóbria, sem nunca ser piegas ou apelativa. A trajetória de Mauro é melancólica, mas também cheia de irreverência, como a paixão platônica por uma mulher mais velha ou a incessante busca por uma figurinha para completar o álbum da Copa.

“O Ano em que meus pais saíram de férias" é um dos filmes mais sensíveis produzidos no cinema brasileiro nos últimos anos. É o retrato da geração que cresceu sob a sombra da ditadura.


Janaina Pereira

sábado, novembro 11, 2006

A televisão não me deixou burra


A última aula de jornalismo comparado do professor Farias levantou uma questão interessante. Analisávamos o jornalismo sensacionalista, e o programa em questão era o Brasil Urgente, do José Luis Datena. Para mim, o Datena sempre esteve associado ao esporte. E aí veio a grande sacada da noite: boa parte dos apresentadores de programas sensacionalistas também veio do jornalismo esportivo.

Lembro do Datena como repórter e confesso que nunca gostei dele. Como narrador então, ele era irritante. Mas fiquei surpresa quando ele se tornou apresentador de um programa sensacionalista. O jornalismo esportivo, na verdade, já é sensacionalista por si só. Aquelas mesas-redondas, com apresentadores histéricos, não podem ser levadas a sério. E olha que eu adoro assistir mesa-redonda.

E pensar que na minha adolescência eu queria ser repórter esportiva. Eu adorava a Isabela Scallabrini, uma repórter da Globo que por anos foi a única mulher no jornalismo esportivo carioca. Quando a Isabela foi cobrir as Olimpíadas de 88, em Seul, foi uma conquista feminina, já que até então a Globo só fazia as coberturas internacionais do esporte com os jornalistas homens. Hoje, legal é ter a Fátima Bernardes apresentado matérias na porta da concentração da seleção brasileira durante a Copa do Mundo. Sem comentários.

A mulher nada mais é que um atrativo para o jornalismo feminino. Afinal, a gente não entende de futebol, certo? Errado. Eu sempre gostei de futebol. Aliás, eu adoro esporte. Assistia ao Show do Esporte, nos anos 80, quando ele monopolizava a programação de domingo da TV Bandeirantes, começando às 11h da manhã com o Campeonato Italiano e acabando tarde da noite... nessa época, o vôlei passou a ser (re)conhecido, e até a sinuca, com seu campeão Rui Chapéu, ganhava seu espaço. Eu também assistia todas as corridas de Fórmula 1. E gostava bastante do Roberto Cabrini. Quando ele apareceu entrevistando o PC Farias, pensei:’o que o Cabrini está fazendo? Ele é repórter esportivo!”Pois é. Ele era. A Fórmula 1 virou mania na Globo e a Band contra-atacou com a Fórmula Indy. Portanto, eu vi até o Emerson Fittipaldi correr. E assim a TV explorava a programação esportiva até descobrir que o jornalismo ‘espremeu, sai sangue’ podia render melhores frutos.

Como eu já passei dos 30, presenciei uma TV diferente nos anos 80. Era o início da ascensão da comunicação de massa. Além do jornalismo esportivo ter muito destaque, a programação infantil começou a perder espaço na época. Trocaram o excelente “Sitío do Pica-Pau Amarelo” pela Xuxa e seus produtos que vendiam milhões. A Xuxa é o ícone da comunicação de massa. Poucas vezes vi alguém ser tão imitado quanto ela.

Sobre o sensacionalismo na televisão, sou do tempo do programa “O povo na TV”. Minha mãe adorava. O programa passava todos os dias, dominando as tardes da TVS (que seria, num futuro próximo, o SBT) do Silvio Santos. E a parte que dava mais ibope eram os casos policiais resolvidos pelo Wagner Montes. Eu tinha uns seis anos na época e lembro bem. O “Aqui e Agora” veio depois. Mas o perfil – do programa e do público – continuavam os mesmos.

Eu sou cria da comunicação de massa. Passei minha infância e adolescência em frente da TV. Assistia de tudo, e sou capaz de lembrar de reportagens inteiras. Como a matéria que o Márcio Canuto – divertido repórter esportivo da Globo – fez na Aveninda Rio Branco, no RJ, durante a Copa do Mundo de 86. Ele deitou-se na avenida, que é supermovimentada, e ficou lá por muito tempo. Não passava carro. Era dia de jogo do Brasil.

Atualmente eu quase não vejo televisão. Não gosto. Fico com sono. Mas, talvez por ter consumido vorazmente o conteúdo da televisão quando eu era mais jovem, pude perceber o mal que ela faz na formação de opinião. Não é à toa que sou frankfurtiana e apocalíptica.

Eu cresci lendo jornal e vendo TV. Por isso sempre tive um olhar crítico para a comunicação. Mas que bom que foi assim. Porque eu não quero, nunca, na minha vida, ser um a Fátima Bernardes. Não é esse o objetivo. Até porque eu não vou fazer escova defintiva para parecer na televisão. Pois é. Padrão estético, algo que faz parte da TV de forma assustadora. E lá vamos nós observar que tudo na TV gira em torno da estética. Até no jornalismo sensacionalista. O apresentador tem que ser teatral. E as matérias têm que jorrar umas gotinhas de sangue para dar audiência. É isso que o povo gosta? Não necessariamente. Função narcotizante, diriam Paul Lazarfeld e Robert Merton. As pessoas assistem e até podem questionar o conteúdo do jornalismo sensacionalista, mas aceitam e continuam passivas.

É por isso que minha vida de publicitária sempre gerou conflitos. Eu sou obrigada a ver TV – porque todo publicitário quer fazer um comercial, seu pequeno filme de 30 segundos - mas eu não gosto de TV. Então eu não vejo. E não sei os comerciais que estão passando. Então não sou uma publicitária antenada com a profissão. Porque minha vida não gira em torno de comerciais. Nem de programas sensacionalistas. Eu penso, logo existo para criticar e questionar.

Posso dizer que a televisão não me alienou. A função narcotizante não deu certo para mim. As drogas não fazem efeito na minha mente. A TV não deu certo em minha vida. E, definitivamente, eu não faço parte do “Show de Truman”.



Janaina Pereira

Assistam alguns filmes venenosos sobre a TV:


O SHOW DE TRUMAN, de Peter Weir

QUIZ SHOW – A VERDADE DOS BASTIDORES, de Robert Redford

HERÓI POR ACIDENTE, de Stephen Frears

MUITO ALÉM DO JARDIM, de Hal Ashby

BOA NOITE E BOA SORTE, de George Clooney

O QUARTO PODER, de Costa Gravas

SÍNDROME DA CHINA, de James Bridge

O INFORMANTE, de Michael Mann


Janaina Pereira

sexta-feira, novembro 10, 2006

Tops


Na vida a gente tem que aprender a jogar. Estava lendo o blog do meu amigo Jorge e achei interessante como ele descreveu sua estratégia para jogar xadrez. A vida é um jogo, nem sempre vencemos, mas estamos jogando.

Alguns jogam com pedras, outros com flores. Muitos com mentiras, mas também existem jogadores que preferem a verdade. Bons jogadores têm parceiros fiéis. Agradeço a Deus pela equipe especialíssima que joga comigo diariamente, e, cá entre nós, batemos um bolão.

Val, Mari, Edson, Jorgito, Fabinho, Wellington, Carlinha, Brisa, Karina, Elisa, Kwan e Camilinha. O que seria de mim sem vocês? Agora com a gente é assim: xeque-mate.


Janaina Pereira

quarta-feira, novembro 08, 2006

A guerra no rádio


O filme "Guerra dos Mundos", de Steven Spielberg, adaptação de um grande clássico da ficção científica escrito pelo inglês H. G. Wells em 1898, já foi caso de polícia graças a uma apresentação feita para o rádio. Antes da versão de Spielberg, a história foi um filme de Byron Haskin, em 1953, e gerou uma grande confusão no rádio em 1938, quando revelou um radialista que se tornaria um dos maiores cineastas do século XX: Orson Welles.

Aparentemente era uma noite como outra qualquer: 30 de outubro de 1938, véspera de Hallowen.Como milhões de outras pessoas em todo o planeta, os americanos encerravam seu dia ouvindo rádio. Porém, parte da audiência começou a acreditar que os EUA estavam sob ataque de forças alienígenas. E assim, a apresentação de "Guerra dos Mundos" entrava para a história.

Na verdade, não havia motivo para que o público pensasse que a transmissão era real. Os jornais daquele domingo informavam que às oito da noite a CBS apresentaria a peça Guerra dos Mundos no Mercury Theater on the Air, um programa que estreara meses antes. Naquela noite, após descartar O Mundo Perdido, de Arthur Conan Doyle (o criador de Sherlock Holmes), foi preparada a adaptação da história sobre uma invasão extraterrestre, atualizada para o presente e alterada para o formato de noticiário, com apresentação de Orson Welles - que já era um nome conhecido do teatro. Para envolver ainda mais os ouvintes, o roteirista Howard Koch transportou a história da Inglaterra para os EUA, utilizando a região em torno de Nova York como cenário. Foi Koch quem escolheu aleatoriamente o local do desembarque das naves alienígenas: Grover's Mill.

No início da apresentação, a CBS anunciou que se tratava de uma adaptação da obra de H.G. Wells. O problema é que nem todos estavam ouvindo. Naquele horário, alguns programas das sete horas ainda não haviam acabado, e o campeão de audiência no rádio da época era outro, o Chasen and Saborn Hour, transmitido no mesmo horário do Mercury Theater. Por isso, muitos quando sintonizaram a CBS encontraram "Guerra dos Mundos" a pleno vapor, com a música sendo interrompida abruptamente pela notícia da queda de um meteoro e a entrevista com um astrônomo da Universidade de Princeton sobre estranhas explosões em Marte. Poucos notaram que o famoso professor Richard Pierson, que ninguém nunca ouvira falar pois não existia, tinha a voz de Orson Welles.

A transmissão interrompia constantemente a programação "normal" até que um repórter passou a transmitir em tempo integral de Grover's Mill, onde descobriu-se que o meteoro era um cilindro de metal. A tensão foi construída cuidadosamente, utilizando entrevistas com autoridades e uma nervosa descrição do monstro saindo do cilindro. O primeiro confronto terminou com 40 mortos. No segundo ataque, sete mil homens do exército, armados com rifles e metralhadoras, foram aniquilados com raios de calor. Novos cilindros foram localizados. Os marcianos prosseguiram para Manhattan, destruindo e matando com gás venenoso, enquanto a Inglaterra, França e Alemanha ofereciam ajuda. A situação era desesperadora.

Acostumados a se informar por aquela que era a principal mídia da época, cerca de um milhão de nova-iorquinos acreditaram que a história era real e entraram em pânico, alguns saindo em correria pelas ruas, outros se protegendo de gases venenosos com toalhas enroladas na cabeça e cobrindo as janelas com panos úmidos. Imaginem: os americanos preferiam o suicídio à morte, como se todo o país acreditasse numa invasão do espaço.

Davidson Taylor, supervisor da CBS, queria que Welles interrompesse a transmissão e tranqüilizasse os ouvintes que bloquearam as linhas da rádio. Welles teria recusado, dizendo que o público tinha que ficar apavorado. Dois avisos de que a transmissão era uma ficção ainda foram dados antes do discurso final em que Welles avisa que aquela era a maneira do Mercury Theater comemorar o Dia das Bruxas.

A polícia da região de Grover's Mill teve uma noite ocupada, com as três linhas telefônicas tocando ao mesmo tempo com perguntas sobre o meteorito, número de mortos, ataques com gás e convocação de militares.

Anos depois, Hadley Cantril, um dos cientistas que analisou o pânico criado pela transmissão, encontrou testemunhas que juravam ter sentido o cheiro do gás venenoso usado pelos aliens ou visto as chamas da batalha do alto de um edifício em Manhattan. Uma testemunha disse que o trecho sobre as chamas que varriam o país era bastante realista, mas esta cena que nem sequer fez parte do roteiro. Outra testemunha falou que fazia sentido os marcianos serem aliados de Hitler em seu plano de dominar o mundo.

O pânico gerado pela transmissão estava nos jornais no dia seguinte. A Comissão de Comunicações do Governo exigiu uma cópia do programa para análise, e o Congresso começou a pensar numa lei para regulamentar as transmissões de rádio. A preocupação chegou ao Canadá, onde a transmissão foi ouvida e recebida com o mesmo alarme. Em Londres, H. G. Wells reforçou as reclamações, dizendo que não havia dado permissão para alterar sua obra de modo fosse vista como fato, e não como ficção.

Nos meses seguintes, Welles e a CBS foram alvos de centenas de ações judiciais, nenhuma delas bem sucedida. A transmissão de "Guerra dos Mundos" gerou o programa de Defesa Civil dos EUA, foi usada por Hitler em um discurso como exemplo da fraqueza dos EUA, foi a percussora dos estudos sobre o poder da imprensa e objeto do primeiro estudo acadêmico sobre histeria em massa.

O sucesso assegurou a Welles o contrato que o levou a dirigir "Cidadão Kane", considerado o melhor filme de todos os tempos, e a Koch um lugar na Warner, onde ele ganhou o Oscar com o roteiro de "Casablanca". A idéia do noticiário foi de John Houseman e o roteiro foi escrito por Koch, mas o tempo deu a Orson Welles a fama pela transmissão que apavorou os EUA.

Parecia que a notoriedade de Welles e da versão de 1938 tornariam impossível repetir o efeito com uma nova transmissão de "Guerra dos Mundos" nos mesmos moldes. Porém, em 12 de novembro de 1944, uma transmissão em Santiago, Chile, levou à mobilização de tropas de infantaria. E em 12 de fevereiro de 1949, uma transmissão da Radio Quito com atores interpretando políticos locais, jornalistas e testemunhas, levou o povo a incendiar a rádio, matando 15 pessoas. Nos dois casos, os mesmos elementos da transmissão de 1938 - a interrupção da programação com um noticiário, as vozes de autoridades locais conhecidas e a credibilidade do rádio - levaram o público a acreditar que suas cidades estavam sendo invadidas e precisavam ser protegidas.

Assim como em 1938, os fatos mostraram que não é preciso criar pânico generalizado. Pequenos grupos de humanos iludidos já são o suficiente para fazer um grande desastre.


Janaina Pereira

terça-feira, novembro 07, 2006

Gosto quando te calas

(Pablo Neruda)


Gosto quando te calas porque estás como ausente,
e me ouves de longe, minha voz não te toca.
Parece que os olhos tivessem de ti voado
e parece que um beijo te fechara a boca.

Como todas as coisas estão cheias da minha alma
emerge das coisas, cheia da minha alma.
Borboleta de sonho, pareces com minha alma,
e te pareces com a palavra melancolia.

Gosto de ti quando calas e estás como distante.
E estás como que te queixando, borboleta em arrulho.
E me ouves de longe, e a minha voz não te alcança:
Deixa-me que me cale com o silêncio teu.

Deixa-me que te fale também com o teu silêncio
claro como uma lâmpada, simples como um anel.
És como a noite, calada e constelada.
Teu silêncio é de estrela, tão longínquo e singelo.

Gosto de ti quando calas porque estás como ausente.
Distante e dolorosa como se tivesses morrido.
Uma palavra então, um sorriso bastam.
E eu estou alegre, alegre de que não seja verdade.

sábado, novembro 04, 2006

Lágrimas sem chuva



Ah, quanto dor, quanta lágrima, para que?
Os fins vão justificar os meios?
Os justos vencerão?
Os bons morrem jovens?
Os maus se unem em torno do ódio?
A fé remove montanhas?
A força estará com você?

Afinal, quem sabe o que é certo?
O que é errado?
O que é verdade?
O que é mentira?

O que eu quero hoje posso não querer amanhã
Mas não se brinca com sentimentos
Com pessoas
Com palavras
Com amores
Com carinhos
Com afetos
Com amigos

As lágrimas não vão secar
O tempo vai curar a dor
A ferida vai cicatrizar
Mas, de alguma forma,
Continuarei
Sangrando.


Janaina Pereira

quarta-feira, novembro 01, 2006

Pílulas


Acho o Dia de Finados um dos feriados mais estranhos que temos. Com todo o respeito aos mortos, lembrar deles traz saudade, tristeza, angústia. E não preciso de um dia exato para lembrar do meu pai. Ele nunca sai do meu coração, onde deve permanecer para toda a eternidade.

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Renato Russo, a peça, está em cartaz no Rio no Centro Cultural dos Correios. Mais do que a história do grande poeta do rock, ouvir suas canções é sempre um privilégio.

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São Paulo confere até dia 02/11 a 30ª Mostra de Cinema de São Paulo. Com direito a ver, em primeira mão, o s novos trabalhos de dois dos meus diretores preferidos: Scorcese e Almodóvar.

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E como diz uma grande amiga minha: morto mal enterrado sempre ressuscita.


Janaina Pereira

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