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segunda-feira, julho 30, 2007

Eu no Pan


Quando eu soube que o Rio iria sediar os Jogos Pan-americanos de 2007, eu prometi a mim mesma que já estaria morando lá novamente e acompanharia o Pan de perto. Mas isso não aconteceu. Quer dizer, eu não voltei a morar no Rio, mas eu fui ver o Pan.

A viagem caiu no meu colo e eu não desperdicei a oportunidade. Sem ingresso, consegui ver as competições gratuitas. E valeu muito a pena. Posso dizer, com orgulho, que das 54 medalhas de ouro conquistadas pelo Brasil, eu tive o prazer de ver quatro delas. Bem de perto.

Sábado passei o dia na Marina da Glória acompanhando as regatas da vela. Um frio como nunca presenciei antes no Rio, uma chuva que não dava trégua, mas uma emoção que não conseguirei descrever aqui. Vi o Robert Scheidt vencer sua regata mas ficar com a prata no geral. E vi também sua decepção, estampada num olhar triste. Mas Scheidt ainda agradeceu a pequena torcida, que resistiu bravamente a tempestade que caia sobre a Marina, pela força.

Ele foi o último a receber a medalha, numa tarde de sete conquistas brasileiras – três ouros, duas pratas e dois bronzes. Entre os vitoriosos estava Ricardo Winicki, o Bimba, campeão mundial da classe RSX e bicampeão panamericano. Tive a chance de tirar uma foto ao lado dele logo após a conquista do ouro – com direito a ver diante de meus olhos a medalha mais cobiçada – e sim, fui tiete mesmo e guardei uma recordação para toda a minha vida.

No domingo, com menos frio e menos chuva, acompanhei a maratona. Consegui ver o trecho em que Vanderlei Cordeiro de Lima liderava, vi o momento em que ele foi ultrapassado e ainda sua desistência da prova e a vitória espetacular do Franck Caldeira. Eu estava lá, na linha de chegada. Literalmente. O mais incrível, porém, só aconteceria após a corrida: Vanderlei, mesmo sem medalha, chegou perto do público, deu autógrafos, tirou fotos e foi ovacionado. Nunca vi um atleta, que se quer completou a prova, ser tão aclamado. Eu só conseguia lembrar da Olimpíadas de Atenas, quando ele ficou com o bronze – naquela corrida histórica em que foi empurrado quando já tinha o ouro certo – e, numa lição de aceitação dos percalços da vida, disse não se importar pelo que tinha ocorrido. A simplicidade dele, que aceitou o bronze sem reclamação, chamou a atenção. E é essa lembrança, de simplicidade e humildade, que ficou nos corações brasileiros e fez com que ele, mesmo sem vencer, fosse o mais festejado.

Não conseguirei descrever com palavras o que é ouvir o hino, ver a bandeira sendo hasteada, sentir a emoção de vencer. E ainda gritar para os argentinos: "Ôôô ... vice de novo!!!" Participar do Pan, como carioca, era questão de honra. Eu tinha que estar lá.

Eu fui. Eu vi. E eu venci.



Janaina Pereira

sexta-feira, julho 27, 2007

Crise generalizada

Em setembro de 2006, o acidente com um avião da Gol se transformou no maior desastre da história da aviação nacional. Dez meses depois, o acidente com um avião da TAM se transforma no maior desastre da história da aviação nacional. Quanto tempo levará para outro acidente se tornar o 'novo' maior desastre da história da aviação nacional?

Eu sempre tive medo de altura, por isso levei muitos anos para viajar de avião. E quando voei pela primeira vez, fiquei apaixonada. Adoro voar, é uma sensação muito boa. Não tenho medo dos acidentes, porque todo mundo vai morrer um dia – e acidentes de avião quase sempre são fatais. O problema é a banalidade desses acidentes, a aceitação do mero acaso, o sumiço de caixas-pretas, a normalidade de culpar o piloto que já morreu e a patética posição das chamadas autoridades, que nada fazem para mudar tudo isso.

Eu não sei o que é pior: o acidente em si ou a maneira como tratam tudo depois. É chocante ver na TV, sem o menor pudor, gente se jogando do prédio da TAM Express logo após o acidente em Congonhas. É de muito mal gosto ver os jornais com fotos dos mortos, carbonizados. Eu não preciso ver nada disso, porque já sei que o acidente foi horrível e que aquelas pessoas morreram de forma trágica. Então porque o jornalismo insiste nisso? Certamente porque as pessoas gostam de ver. Porque apesar do choque com a notícia, todo mundo que espiar a tragédia.

É uma sucessão de falta de humanidade. Primeiro porque o caos aéreo ganhou uma proporção gigantesca, quando, na verdade, morre muito mais gente nas estradas
brasileiras. Desde que nasci a Régis Bittencourt é conhecida como a Rodovia da Morte, e nada mudou desde então. Agora o povo não viaja mais de avião e entope as estradas esburacadas Brasil a fora. E as mortes na estrada viram números reproduzidos após cada feriado prolongado.

Viajar de avião era coisa de rico. Lembro que a primeira vez que viajei para Porto Alegre paguei uma fortuna. A concorrência entre as companhias aéreas barateou os preços das passagens e quem nunca viajou de avião pode aproveitar. Mas esqueceram que este aumento no número de vôos implicariam uma série de melhorias que deveriam ser feitas. Tudo estava indo bem, as companhias bombando, ponte aérea Rio – São Paulo a R$50,00 ... até os controladores de vôo começarem a não dar conta e os aviões começarem a cair. Literalmente.

Quantas pessoas ainda vão morrer? Será que as mortes por acidentes de avião vão superar nossos mortos nas estradas? Será que a estupidez mórbida da imprensa em mostrar corpos carbonizados e famílias aos pedaços vai persistir? A imprensa repercute o que queremos ver, então estúpidos somos todos nós, que olhamos isso como mero acaso.

Acidentes acontecem. Quando um avião cai, a morte é quase certa. Mas um avião não pode cair de forma banal, e acidentes de avião não podem se tornar comuns. Assim como acidentes nas estradas também não deveriam ser rotina. E no Brasil são, não passam de imprudências de motoristas. As estradas continuam esburacadas, as pessoas continuam morrendo, mas é tudo normal. Como os acidentes de avião vão acabar sendo também.

A nossa vida parece, a cada dia, valer menos. E, talvez, para muitos, a vida não vale absolutamente nada.


Janaina Pereira

quarta-feira, julho 25, 2007

À noite

A noite começa mais cedo
O tempo passa devagar
Passa silencioso
Um jantar dos deuses
Um momento a sós
A voz da consciência fala alto
O tempo não passa
A vida segue lenta como deveria ser sempre
A noite é insegura
O sono não vem
Os sonhos não chegam
Mas tudo é mais harmônico
O dia chegou ao fim
A noite ainda não
Ela é quieta e tranquila
Dia após dia
Noite após noite
A noite não termina
O dia não deve chegar tão cedo
A noite pode acabar muito tarde


Janaina Pereira

terça-feira, julho 24, 2007

Pílulas Pan-Americanas


Confesso que não há muita fartura de beleza no Pan, mas vamos lá... atletas são sempre atletas, a maioria não tem barriga, e só isso já vale a pena dar uma boa olhada! Tudo bem que o Orlando, aquele gordinho da seleção uruguaia de handebol, caiu nas graças da torcida, mas isso foi pura zoação.

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Eu me perguntei apenas o porquê dos jogos de handebol serem transmitidos em horários péssimos. Porque só domingo eu pude ver a maior quantidade de homem bonito num único jogo. Brasileiro não é lá essas coisas, mas pelo jeito todo homem bonito joga handebol! Que seleção de vôlei, que nada! A seleção de handebol é a melhor!

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O Thiago Pereira é fofo, o César Cielo e seus cachinhos também, mas eu ainda acho que nadador tem corpo estranho.. .aqueles ombros largos demais, e as pernas finas... hummm... não combinam. Mas tudo bem, eles são bons pacas. E valem ouro.

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Aliás, o Thiago, sozinho, ganhou seis medalhas de ouro. E as doze jogadoras da seleção feminina de vôlei não conseguiram ganhar uma. Mas as medalhas de amarelonas, ah, essas sim, o vôlei feminino nunca perde.

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Tá na cara que foi um duelo de berros a briga entre Bernardinho e Ricardinho. Só que quem manda – e provou isso – ainda é o Bernardinho. Difícil é engolir que o melhor jogador – sim, jogador, e não apenas levantador – da Liga Mundial estará de fora do Pan. O Bernardinho é malvado mesmo e disso eu não duvido mais.

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Nem só de brasileiras choronas vive o Pan. Rebeca Gusmão, Marta – do futebol – e a seleção feminina de handebol estão aí mesmo para provar que o sexo frágil sabe vencer e convencer. Isso sem falar na mulherada do judô. Nunca vi um tatame tão feminino!

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Ainda da série meninos fofos: sai o Flávio Canto, e entra o João Derly. Pois é, o judô bate um bolão.


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Ronaldo, o Fenômeno? Ronaldinho Gaúcho? Robinho? Kaká? Que nada, Dunga, convoca a Marta pra seleção!!!


Janaina Pereira

segunda-feira, julho 23, 2007

Abram alas para nós, leoninos



Todo mundo fala mal do meu signo. Pobres leoninos. Que má fama. Mas não é bem assim. Leonino é gente boa. Tudo bem que existem uns leoninos marrentos demais. Porém não é o signo mais difícil do zodíaco. Acho escorpião bem mais complicado. Isso sem falar em áries e touro. Só que todo mundo gosta de falar mal dos leoninos. Vamos, então, acabar com algumas lendas.

Leonino não é mal humorado. Só que também não é campeão de gracinhas banais. Gosta sim de chamar a atenção, mas não é exibicionista à toa. Tem brilho próprio. Em sua maioria são bons líderes, porque gostam de tomar a frente nas decisões. São amigos fiéis e sinceros, mas nunca, nunca mesmo, traia a confiança de um leonino. As garras do leão são afiadas e quando arranham, machucam pra valer.

Leonino gosta de comer bem, geralmente são requintados e curtem os prazeres da vida. Desde roupas a viagens, adoram o que é belo, charmoso e pouco convencional. São modernos. Leonino é manso, desde que não pisem em seu rabo. Ai, a fera morde.

Os cabelos dos leoninos são jubas vistosas. O vermelho é uma cor que cabe com perfeição em seu corpo. O olhar busca sempre respostas, a voz é suave mas as palavras soam firmes. É decidido, correto, íntegro, amoroso, tem afeto para dar e vender. Leonino não anda, desfila. Não tem meio termo, é inteiro. Ama com paixão, sofre com fervor. É exagerado. Mas sabe, como ninguém, admitir que errou.

Leonino não é metido a besta, apenas sabe seu valor. Leonino é querido, é amigo, é valente. Dá a cara pra bater, cai mil vezes e levanta todas. Leonino sabe o que quer, não tem indecisões e incertezas, é seguro de si. Gosta de crianças, de bom papo, de gente.

Leonino é forte pacas. É irônico, sarcástico, debochado, adora provocar risadas de forma inesperada. É surpreendente e sensível. É teatral mesmo, a começar pelo modo como se expressa – cheia de gestos. Leonino tem gênio forte, mas jamais humilha alguém. E, principalmente, não gosta de magoar ou ofender. Nunca sai por ai pisando nos outros deliberadamente. Porque uma das maiores características do leonino – talvez a maior – é seu coração generoso. A bondade nasceu com ele e faz parte de sua vida.

É por tudo isso que o leão é o rei dos animais. Ah, quase que eu esqueço... leonino não é modesto. Nem um pouco.



Janaina Pereira

domingo, julho 22, 2007

A fera está solta


Leão, o quinto signo do zodíaco, é de longe o mais radiante. Reproduz simbolicamente o início da juventude e o período da adolescência humana. Reveste-se assim de um otimismo típico dos jovens. A vida para o leonino é um evento a ser festejado a toda hora. Seu sorriso ensolarado é um sinal desta alegria contagiante que possuem. Expansivos e calorosos, os leoninos vão agregar em torno de si um círculo muito grande de amigos. Como o Sol, que rege este signo, atrai e mantém os planetas em torno de si, o leonino estará sempre satisfeito em sentir que todos estão reunidos em torno dele; que é ele quem os atrai. Todo este glamour torna o leonino um artista teatral por excelência.

O poder que exercem é espontâneo: está impregnado em seu espírito. Agem como reis, inatingíveis embora, ao mesmo tempo, populares. Se alguém não os nota ou deles desdenha, sentir-se-ão ofendidos mas farão de tudo para parecem impassíveis. Porém, em seu íntimo já foram bastante feridos porque dependem muito da admiração dos outros para confiarem em si mesmos.

O leonino teme demais a rejeição, e só consegue reagir a este medo antecipando-se a ele, e fazendo-se visto e ouvido a toda hora. Por sentir-se dono de um trono, não aceita de bom grado ficar em posicão subalterna. Assim, não terá pudor em dizer exatamente o que seus ouvintes, chefes ou empregados, querem ouvir, se for preciso agradá-los. Mas não chega ao ponto de bajular as pessoas, pois isso seria contrário ao seu sentimento régio e intocável. E não conseguem aceitar um erro.

Adoram crianças em geral, pois identifica-se muito com elas. Empenham-se no amor com ardor, sobrepujando qualquer dificuldade com demonstrações ainda mais explícitas de paixão. Quando amam, são fiéis e devotados.

Na mitologia, este signo representa o Leão de Neméia, o monstro morto por Hércules durante os seus trabalhos lendários. O símbolo do leão é o de um soberano, que encarna tanto a virtude e a sabedoria do mundo, quando o orgulho vão por sua própria posição. Quando cegam-se com suas pretensas qualidades, tornam-se tiranos prepotentes. O Leão de Neméia encarnava este lado destruidor que existe latente em todo leonino. Seu lado positivo estava justamente na pele impenetrável que o tornava indestrutível, e que Hércules depois usou como armadura.

Leoninos podem ser indestrutíveis quando estão de bem com a vida, o que não é muito incomum. Têm uma energia magna e vitalizante, provida pelo elemento fogo que caracteriza este signo. Seu carisma é inegável. Quando lideram alguma iniciativa, não precisam se impor. Os outros o conduzem à direção, devido ao seu magnetismo pessoal. E quando conhecem bem os limites de seu poder, acabam tornando-se chefes exemplares, capazes de animar toda a equipe e unir pessoas dos mais diferentes tipos em torno de um objetivo comum.

Resumindo: leonino é foda.

22 de julho a 22 de agosto: só dá leonino!

Com base no site Estrela Guia.


Janaina Pereira

sábado, julho 21, 2007

Aos perdedores, só lagrimas


O Pan do Rio é um sucesso, ainda que a imprensa paulistana critique e o Bob's cobre caro pelos sanduíches vendidos nas arenas competitivas. Os atletas brasileiros até dão uma amarelada em muitos momentos, perdendo medalhas certeiras. Mas, de um modo geral, tem muita gente fazendo bonito.

Assim como boa parte dos brasileiros, eu adorei a Jade Barbosa. Ela é fofa, mas não tem o menor equilíbrio emocional. Jade tem uma leveza impressionante nos exercícios, além de carisma. Mas é, visivelmente, tomada pela pressão da torcida. Os gritos de incentivo viram desespero, ela perde o controle e cai da trave ou pisa fora do tablado. Assim como Jade, outros atletas brasileiros sofrem da síndrome da pressão. Isso acontece em nossas vidas comuns, onde constantemente vemos pessoas perdem o rumo por causa da pressão no trabalho, no relacionamento, no dia-a-dia.

Daiane dos Santos sempre se machuca às vesperas de competições em que o Brasil está de olho. Pressionada, ela não aguenta o tranco. A seleção de vôlei feminino também se enrola quando os nervos ficam a flor da pele. Quando perderam o quarto set - num jogo literalmente ganho! - para as cubanas, eu já sabia que elas não iam vencer o tie-break. As jogadoras de vôlei feminino são campeãs em 'amarelices'. E por aí vai. As mulheres são muito mais afetadas que os homens por esse stress emocional, o que torna o universo feminino cada vez mais bombardeado.

É possível ser mulher e ter capacidade de controlar emoções. Temos que ser frias sim, saber que não podemos chorar por qualquer coisa. A vida é cheia de imprevistos, caimos da trave e derrapamos no solo diariamente. E nem por isso vamos ficar chorando. Chorar faz bem, mas não precisa tanto drama.

Por tudo isso, achei fantástica a declaração dos nadadores brasileiros sobre a torcida. Para eles, os gritos dos torcedores são incentivo para nadar com mais força. Foi assim que levamos o ouro inédito no 4 x 200m livre – uma prova espetacular, vencida porque a torcida gritava incentivando os nadadores. O povo da água sente a força, e não a pressão da torcida. Os gritos são de apoio, e não de cobrança.

Tá na hora de engolir o choro. Inteligência emocional é tudo nessa vida. A tristeza vai chegar, vamos chorar, mas não precisamos fazer disso o nosso caminho. Quando perdemos, devemos ter na derrota o impulso para vencer da próxima vez. E vamos parar de nos contentar com prata e bronze. No futuro, só os vencedores serão lembrados. E temos que viver com a sede de vencer. Tudo e sempre.


Janaina Pereira

sexta-feira, julho 20, 2007

Por hoje

Existem os amigos de ontem. Os amigos de hoje. Os amigos de sempre. Os amigos que se foram. Os amigos que ficaram. Os amigos dos amigos. Os amigos que amo. Os meus amigos. A todos, longe ou perto, um abraço fraterno e o agradecimento pela amizade que supera tudo, desde a distância a falta de tempo, mas que é intensa e verdadeira.

Sempre faço uma lista enorme com todos os meus amigos – e eles sabem muito bem quem são. Mas hoje, só hoje, queria dedicar este texto as pessoas mais presentes em minha vida. Olhei para minha mão direita e coloquei-a sobre o meu coração. Então pensei: na hora do aperto, quem me socorre? Difícil dizer quem são os dedos da minha mão direita, mas eu precisava prestar uma homenagem ao top five da minha vida. Aqueles que eu chamo primeiro, que estão aqui hoje. Agora. Não sei se estarão sempre, mas agora estão. São os campeões de emails, messengers, telefonemas.

Você sabe o que é chegar todo dia no trabalho e ter um e-mail com um simples: ‘oi’ ? Você sabe o que é todo dia receber um e-mail perguntando como você está? Você sabe o que é ligar para alguém e ouvir do outro lado: ‘estava pensando em você’? Você sabe o que é ouvir “a hora que precisar, liga”?

Pois é. Amo muito meus amigos, mas alguns, hoje, estão mais presentes do que outros. Alguns, hoje, fazem a diferença. Alguns, hoje, são aqueles que eu procuro primeiro na hora que a corda está prestes a arrebentar. Por isso, hoje, eles recebem um agradecimento especial.

Gi, Val, Mari, Wellington e Cleide: obrigada por tudo.

E um agradecimento especial a minha amiga querida Angélica, pois sem ela seria impossível saber que a amizade é o bem mais precioso da vida.



Janaina Pereira

quinta-feira, julho 19, 2007

O inferno é aqui


A vida me fez assim, dura e fria diante das emoções. Eu já fui bem mais dócil. Já fui manteiga derretida, e emprestava meu calor humano a toda hora. Mas o tempo me mostrou que as pessoas só se aproveitam das situações. E de você. Querem apenas aquele minuto em que você está no topo e pode ajudá-las. Querem seu sangue para passar por cima dele. Querem sua derrota para pisar em cima de você e poder cuspir na sua cara. Porque fiel é o inimigo, que está sempre ali para te sacanear. O amigo nem sempre se mostra solidário quando precisamos.

Nunca disseram que sou arrogante ou pretenciosa, mas muitos me acham metida. Culpa do nariz arrebitado e de todos que julgam pela aparência. Mas o tempo fez com que eu aprendesse a ser irônica e sarcástica ao extremo, coisas que nem sempre caem bem no estômago alheio. Eu não tenho bom humor e não sei levar nada na brincadeira. Não sou engraçada e não faço gracinhas. Mas tenho um mau humor afiadíssimo, capaz de acabar com qualquer um com um sorriso no rosto. Alguns podem achar que isso é maldade. Eu encaro como sobrevivência.

Existem três coisas no mundo que eu detesto: traição, mentira e falsidade. Não adianta tentar me enganar: cedo ou tarde eu descubro a verdade. E é melhor que seja cedo, pois a verdade a longo prazo sempre é mais dolorosa de ser revelada e gera consequências difíceis de engolir. Eu falo o que penso, ainda que isso provoque dores. Prefiro desabafar a ficar tentando agradar todo mundo. Não faço tipo. Se gostar de mim assim, ótimo. Se não, paciência. Eu não nasci para agradar gregos e troianos. Se nem Cristo agradou, não sou eu que vou ser a dona do pedaço.

Detesto ser tratada como criança, que me façam de boba ou julguem que sou idiota. Existem coisas tão explícitas que quanto mais a pessoa tenta explicar, pior fica. E ainda assim as pessoas insistem em mentir. Isso para mim é o fim. Nunca esqueço quando, num momento em que a verdade cruel era explícita e não havia escapatória, alguém olhou nos meus olhos e mentiu de forma descarada. Para essa pessoa não tem perdão nem desculpa. E não adiantam flores virtuais: o passado deixou feridas que cicatrizaram, mas as marcas nunca vão se apagar.

Às vezes acho que Deus manda a mesma pessoa te atormentar, só que vestida com um corpo diferente. É como no filme "O advogado do diabo": o capeta está sempre ali rondando, tentando, fazendo de tudo para você sucumbir. Mas se você errou uma vez, repetir o erro e assinar um pacto é partir para uma longa temporada no inferno. Muitas vezes sem direito a voltar de lá vivo.

Não faço tipinho, não faço manha e não faço favores a ninguém. E não suporto ser tratada como uma mercadoria, nesse mundo em que pessoas são coisas e custam tão pouco. Qualquer real, qualquer nota, qualquer agrado está valendo para o povo sair por aí se vendendo. Sou radicalmente contra o abuso de poder, o assédio moral e toda e qualquer manisfestação em que as almas – e porque não, as mães – são vendidas em troca de alguma coisa. Odeio essa politicagem, esse jogo de interesses onde corpos e mentes valem uma noite e olhe lá.

Meu passe é alto, até porque eu nasci para jogar no time titular. Podem achar o que quiserem, eu não estou disposta a mudar. Eu não sou santa, e atire a primeira pedra o santo de plantão que se julga superior. Mas cale-se o santo que diz que faz milagres e não passa de um diabo mascarado de profeta.


Janaina Pereira

segunda-feira, julho 16, 2007

Não faça nada por mim


Dos sete pecados capitais, sem dúvida que a gula e a preguiça fazem parte da minha vida com intensidade. E eu estou cada vez mais preguiçosa. Eu sempre gostei de dormir, e agora passo os finais de semana... dormindo.

Sou adepta das baladas durante a semana. Adoro sair de segunda a sexta, e deixar os finais de semana para ... dormir. No Rio eu ia à praia nos finais de semana. E dormia. Sim, eu adoro dormir na praia. E agora eu durmo nos pufes. Ligo a televisão e durmo. Desligo os telefones e durmo, durmo, durmo. Só levanto para comer. Geralmente só como bobagem. E assim vai o final de semana. Preguiça e gula. Gula e preguiça. Biscoitos Passatempo. Pipoca. Chocolate. Smirnoff Ice. Misto Quente. Cerveja. Queijinhos. Vinho. Gula. Preguiça. Que delícia!!!

A dobradinha gula-preguiça ocorre com frequência nas férias. Em época de faculdade os finais de semana são em frente ao computador. Agora eu estou meio avessa ao computador. Eu quero é não fazer nada. Porque eu não tenho tempo para nada, e quando tenho tempo, eu tenho muito o que fazer, mas não quero fazer nada. Eu quero ficar de bobeira, quero ficar de pijama, quero silêncio, sossego e calmaria. Que cansaço. Ai, que sono!!!

Mas meu pecado mais aparente é a ira. Eu sou brava sim, e não faço tipo. Não finjo que sou boazinha, porque não sou. Por isso eu adoro o filme “Seven” – e entendo perfeitamente o comportamento do Brad Pitt na avassaladora cena final. Assim como eu também gosto do Michael Douglas em “Um dia de fúria”, pois eu já tive vontade fazer algumas coisas que ele faz no filme. A ira é meu pecado mais visível, e pelo jeito não vou abrir mão disso.

Agora bateu uma preguiça. Tá na hora de voltar pro pufe.


Janaina Pereira

sábado, julho 14, 2007

Amores brutos


A semana foi repleta de reflexões sobre os relacionamentos. E cheguei a conclusão que ser mulher inteligente e independente só me ferrou. Homem gosta mesmo de mulherzinha. Submissa, do tipo inofensiva. Quanto menos conteúdo tiver a mulher, melhor. Na verdade homem gosta mesmo das fraquinhas, de presença e de espírito. Mulheres que eles possam dominar sem problemas, que não apresentem perigo ao seu reduto machista.

Homem diz que gosta de mulher inteligente, mas não é verdade. Ele até gosta, para uma noite, duas ou três. Gosta para admirar, para exibir que conquistou o mulherão. Mas, no fundo de seu coração machista, ele sabe que não dá conta. Não dá conta da mulher que fala o que pensa e faz o que quer. Da mulher que se vira muito bem sem ele, que não pede sua ajuda, que só deseja afeto. Como assim? Uma mulher que não coloca o homem no pedestal? Que sobrevive sem a figura masculina todo dia batendo em sua porta? Pois é. Essa mulher, que não precisa do homem além da relação de amor e carinho, é um perigo. Ela não será dominada. Ela jamais vai se render ao estilo “Amélia”. Ela é uma mulher maravilhosa, mas não se deixa levar pelos caprichos masculinos. Ela dá medo, causa mal-estar com sua postura decidida e vigorosa. Ela sabe o quer, e faz o que quer. Ela não deve satisfação a ninguém. Ela não serve para casar, pois vai mandar nele, pode até sobressair mais que ele, e isso ele não quer.

Homem gosta de mulher frágil, aquela que não sabe dar um passo sem ele. Da garotinha vazia, que não consegue nem decidir o que eles vão jantar. Que não toma decisões, pois ele é quem decide tudo. É a mulher que sempre vai precisar dele, que estará eternamente ao seu lado aplaudindo seu sucesso, dando força, colocando-o para cima, mas sem aparecer mais que ele. Claro que essa mulher enjoa, ai ele, sorrateiramente, vai procurar a bem-sucedida, inteligente e voluptuosa para temperar sua vida.

Um dia me disseram que eu deveria ser dona do meu nariz, me virar sozinha e nunca depender de homem nenhum. E foi um homem quem me disse isso: meu pai. Eu tinha só 12 anos. E ele falava que marido não era emprego, que eu nunca deveria colocar casamento e relacionamento em primeiro lugar e que eu tinha que seguir meus passsos sozinha, sem depender de ninguém.

Olha eu aqui, o mulherão. Descobrindo que, assim como a maioria das minhas amigas, pago um preço altíssimo por ter ignorado a possibilidade de ser mulherzinha. Agora já era.


Janaina Pereira

sexta-feira, julho 13, 2007

É apenas rock and roll. Mas eu gosto.


Hoje é dia do rock. De Beatles, Rolling Stones e Elvis. Adoro rock. mesmo que todo mundo diga que tenho cara de bossa nova. Tá, eu gosto de bossa nova, mas eu amo mesmo rock. Os melhores shows que fui, as melhores músicas, o melhor som.

Eu gosto de Nirvana e Pearl Jam. Do rock grunge ao rock and roll. Gosto de barulho e gritaria, para pular e gritar junto. Sacudir o cabelo e ficar com dor no pescoço. Pois é. Eu sou roqueira.

Sempre vem alguém dizer que ouviu uma música e lembrou de mim. A música, geralmente, é MPB. Eu gosto também. Mas o que lembra, de fato, quem sou eu, é o mais puro rock and roll.

Difícil ouvir Nirvana e lembrar de mim? Pois é. Janis Joplin, Santana, Jimi Hendrix... The Doors! Eu amo The Doors. E Beatles. Sempre.

Eu cresci ouvindo essas músicas, porque minha mãe sempre gostou. Desde muito pequena eu aprendi que dançar é uma das melhores válvulas de escape. E eu adoro dançar o bom e velho rock.

E hoje é dia de rock. Vamos quebrar as guitarras e já voltamos.



Janaina Pereira

terça-feira, julho 10, 2007

Uma maravilha na Cidade Maravilhosa


Tanto que falaram, tanto que perturbaram, e agora vão ter que engolir mais essa: o Cristo Redentor é uma das sete novas maravilhas do mundo. Mais do que ter ficado feliz com a notícia, foi bom estar lá para receber a notícia. Tudo isso para eu poder ter mais orgulho – se é que isso é possível – de ser carioca, de ter nascido na cidade mais linda do mundo, de poder cantar Garota de Ipanema porque sei como é ser uma garota... de Ipanema. Não adianta, todo mundo vai ter que me aturar agora!!!!

Eu não achava que o Cristo ia ganhar. Eu votei nele, claro, mas sinceramente não achava que fôssemos vencer. E melhor do que ser uma das sete novas maravilhas do mundo, é não ter a Estátua da Liberdade entre as maravilhas – vamos combinar, ninguém merece aquela Estátua. A Torre Eiffel eu até respeito, mas a Estátua da Liberdade... não dá.

Para quem não sabe, as sete maravilhas do mundo antigo são uma famosa lista de majestosas obras artísticas e arquitetônicas erguidas durante a Antiguidade Clássica. Das sete maravilhas, a única que resiste até hoje quase intactas são as Pirâmides de Gizé, no Egito, construídas há cinco mil anos. As outras maravilhas são Jardins Suspensos da Babilônia, Estátua de Zeus em Olímpia, Templo de Ártemis em Éfeso, Mausoléu de Halicarnasso, Colosso de Rodes e Farol de Alexandria.

As Novas Sete Maravilhas do Mundo foram escolhidas em concurso informal e popular promovido pela NewOpenWorld Foundation, com o lançamento da campanha New7wonders, que contou com mais de cem milhões de votos através de telefones celulares e da internet, enviados de todas as partes do mundo e anunciados em 7 de julho de 2007, numa cerimônia em Lisboa, Portugal. O Cristo Redentor, que estava entre as dez mais votadas a uma semana do encerramento da votação, teve uma surpreendente arrancada no final, e chegou em terceiro lugar. As outras maravilhas do mundo moderno são as Muralhas da China, Petra na Jordânia, Machu Pichu no Peru, Chichen Itza no México, o Coliseu de Roma e o Taj Mahal da Índia. Das concorrentes que ficaram de fora, sinto apenas pelo Parthenon, da Grécia – porque eu tenho uma queda pelos deuses gregos e ainda acho a mais importante civilização arquitetônica.

Inaugurado em 1931, o Cristo Redentor é, e, ao lado do Pão de Açúcar, o cartão postal do Rio de Janeiro. Em 2006 foi transformado em santuário católico e ainda este ano casamentos e batizados poderão ocorrer aos pés da estátua, de 38 metros de altura.

Infelizmente, muitos brasileiros torciam contra a eleição do Cristo – talvez porque em suas cidades não exista nada que represente dignamente a população. Mas, mesmo com a torcida contra, os cariocas e turistas que enxergam o Rio além do que a mídia paulistana adora exacerbar, fizeram do Cristo uma das novas maravilhas do mundo.

É por isso que eu digo sempre: ainda que existam pessoas tentando destruir a cidade mais bonita do mundo (muitas nunca nem pisaram na Cidade Maravilhosa e ficam falando mal), o Rio sobrevive a tudo. Porque o Rio de Janeiro continua lindo e continua sendo.


Janaina Pereira

quinta-feira, julho 05, 2007

Pílulas


Às vezes eu preferia não saber o que sei. E eu nem me esforço para descobrir nada. As confissões sempre chegam até mim. Mas eu juro, preferia não saber o que se passa.

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O tempo passa cada vez mais rápido e não há mais tempo para nada. Estou sem tempo para fazer tudo que preciso, mas quando tenho tempo prefiro nada fazer.


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Mais amigos queridos encontrados no orkut. E graças ao mundo jornalístico, o network voltou.


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Ai, que saudades de Porto Alegre!!!


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A segurança do Pan está garantida. Jack Bauer chegou! Bauer passa uns dias no Rio, gravando comercial da Citroen, indo a festinhas, fumando um cigarro e circulando no Copacabana Palace. Jack é o cara!!!


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O que não mata, me fortalece!!!


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Pior que paulistana se achando, é paulistana se achando carioca...


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Estamos indo de volta pra casa...



Janaina Pereira

quarta-feira, julho 04, 2007

Cansei de ser sexy


Não faz parte da minha vida usar silicone, mas não recrimino quem coloca. Existem mulheres que quase não tem seio, e isso deve gerar algum tipo de insatisfação. Isso sem falar que o tempo derruba tudo mesmo, e nem adianta pensar que o seu seio durinho dos 22 anos será o mesmo aos 42. Então se é silicone o que você deseja, tenha peito e coloque!

Mas há certos exageros nesse quesito. Aqueles seios imensos, a la Pamela Anderson,
parecendo duas bolas de gás, são muito artificiais. Tem homem que gosta. E assim o silicone ganha cada vez mais espaço nos peitos femininos. Com isso, as roupas com decote no busto e no colo viraram mania. Mas tem gente que não sabe onde colocar o
peito e acaba colocando no lugar errado – literalmente para fora da blusa.

Se há uma coisa que pode tornar uma mulher extremamente vulgar é um decote. Tem mulher que não sabe ter compostura, e abusa da suposta sensualidade. Usa aqueles decotes até o umbigo, que quando se abaixam deixam até o útero visível. Isso sim é
ser ridícula! Cada um mostra o que quer e o que tem, mas a sutileza ainda é uma grande arma. Tudo que é explícito se torna tão fácil que perde a graça.

Claro que tem gente que gosta. Gosta de mostrar e gosta de ver. Há (mau) gosto para
tudo. Especialmente para quem não tem elegância, não sabe usar um decote com delicadeza, não tem o dom de sugerir sem exibir. Aliás, elegância não se ensina:
nascemos com ela. Quem tem, amém. Quem não tem, vai morrer pastando.

As mulheres têm esse dom incrível de mudar por fora para tentar consertar algo
> que está machucando lá dentro do coração. Fazem uma dieta para perder um quilinho que seja – e assim acham que estão abafando – ou engordam um pouco para ter algumas
curvas a mais. Cortam o cabelo, ou deixam crescer, pintam o pobre coitado com diversas cores para chamar a atenção, alisam, esticam até não poder mais, e assim o cabelo vai se transformando na pior moldura que o rosto poderia ter. Às
vezes o rosto já não ajuda, e o cabelo só atrapalha.

Ser sexy é bem diferente de ser vulgar. Tem que saber cruzar as pernas, e não
abri-las despudoradamente, mesmo que você esteja de calça jeans. Tem que ter perna para usar minissaia, saber deslizar num salto agulha, e colocar o decote no seu lugar – e não os seios para fora do decote. Ser sexy não é se exibir. É saber se mostrar com elegância. Mas não adianta tentar ensinar porque tem gente que nem colando vai conseguir aprender.


Janaina Pereira

P.S: O título do texto é o nome de uma banda rock/pop/eletrônica paulistana.

domingo, julho 01, 2007

Reencontro


Eu sempre disse que ela era a minha irmã. Morena de pele, sobrenome parecido, afinidade sem fim.

A gente se conheceu em 1996. São mais de 10 anos de amizade, e a maioria deles, não nos vimos, porque depois que vim morar em São Paulo, o contato foi se perdendo, mas o carinho não.

Ela falta a todos os meus aniversários. Mas nunca esquece a data. E assim, do nada, veio morar em São Paulo. E precisou esperar sentada – porque de pé cansou – para a gente se reencontrar.

Ainda não acredito que você mora em Sampa. Ainda não acredito que alguém que fez parte da minha vida com tanta intensidade, que me apoiou tanto, que esteve ao meu lado em momentos tão delicados, está tão pertinho de mim.

Mas o que me emocionou de verdade foi ver a nossa foto, tirada há exatos 10 anos, como parte de sua nova vida em Sampa. E perceber que nada mudou. Que as conversas continuam as mesmas, que parece que nunca ficamos um dia se quer sem nos falar.

Isso é amizade. E isso, nem o tempo apaga.

Amo você, Vivi. Que bom que está pertinho de mim outra vez.

E assim São Paulo fica cada vez mais carioca. Graças a Deus.


Janaina Pereira

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