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segunda-feira, abril 29, 2019

Casca Grossa


A vida me emoldurou em uma casca grossa que impede qualquer reação diante de tudo. Eu, que agora choro, porque chorar é o que consigo realmente fazer. A vontade de gritar persiste, e eu não tenho paciência comigo mesma.

As pessoas reparam que tem algo de errado. O que será? Não sei dizer. É uma tristeza, uma angústia e um enorme cansaço. O cansaço da vida. Tenho plena consciência de que meus problemas são pequenos, e que não devo - e nem posso - reclamar de nada. Mas, ao mesmo tempo, meu estado psicológico é de um eterno rodar e não sair do lugar. Sei que não acredito tanto quanto deveria - no tratamento e em tudo que ele está me proporcionando. Só que estou cansada, e nem sei do que.

Essa casca grossa que me emoldura, que me torna triste, amarga, quieta, calada, é só a casca mesmo. Eu não tenho reais motivos para estar assim. Isso tudo não me pertence. Mas é que o desânimo bate, porque é tão desgastante ficar nessa rotina, ainda que eu perceba uma clara melhora.

Eu preciso e quero me reconectar com o que me faz feliz. Com o que me deixa realmente alegre. Com tudo que me faz bem. Mas, no momento, só me pergunto porque está difícil respirar.

Inspira. Respira. Suspira.

domingo, abril 28, 2019

Não é?


“A pessoa que diz que não pode ser feito, não deve atrapalhar a pessoa que está fazendo” - Provérbio chinês

terça-feira, abril 09, 2019

Rio


Saindo de um curso em Ipanema, às 22h, passei a madrugada para atravessar o Rio de Janeiro e chegar a Tomás Coelho, na zona norte. Tudo estava destruído pelo caminho. 

Ao entrar no meu condomínio, uma árvore impedia a passagem. Dei uma volta gigante no escuro - sim, a energia elétrica tinha acabado - até conseguir alcançar meu prédio. Eram oito andares para subir de escada na escuridão total, mas minha mãe deixou uma vela acesa em cada andar para que eu e outros moradores conseguíssemos entrar em casa com segurança. O ano em que isso aconteceu? Março de 1995. 

Lembro como se tivesse acontecido ontem, até porque ontem aconteceu outra destruição no Rio. Como também aconteceu mês passado, ano passado, verão passado, retrasado, desde sempre. Será que algum dia existirá um Rio de Janeiro decente para as pessoas viverem?

segunda-feira, abril 08, 2019

Dia do Jornalista


Quando fui estudar jornalismo, já com 20 e tantos anos, e uma carreira dedicada à publicidade, me chamaram de louca. "Você vai ganhar pouco", era tudo que eu ouvia. Foi um começar de novo, literalmente do zero. 

Mas, desde a primeira matéria (de Economia), eu sabia que tinha encontrado o meu caminho. E hoje, no Dia do Jornalista, eu só tenho a agradecer aos meus professores, editores e colegas de profissão que me inspiraram, e a todos que, uma vez na vida, leram uma reportagem minha.

Escrever é meu ofício; sempre com ética e muita consciência da responsabilidade que tenho em minhas mãos. E é um privilégio trabalhar no que a gente gosta, porque é isso que faz todo o resto valer a pena. Parabéns a todos os envolvidos! 

segunda-feira, abril 01, 2019

Ditadura, Nunca Mais!


Eu não aprendi sobre a ditadura na escola. Aprendi com meu pai que, meses antes do Golpe de 64, deixou o exército. Ele, que queria ser militar, viu ali um futuro obscuro e pulou fora, se livrando do que viria pela frente.

É lamentável que, em pleno 2019, a gente tenha que gritar que a ditadura existiu. É pisar na memória das milhares de pessoas que foram presas e torturadas; de todos aqueles que foram mortos ou que ainda se encontram desaparecidos.

É muito triste ver o Brasil nesse retrocesso horroroso. É muita ignorância para o meu gosto.

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