<$BlogRSDUrl$>

terça-feira, maio 21, 2019

Obrigada, Niki Lauda


O cinema retratou muito bem a emoção da F-1 naquela temporada de 1976, marcada pelo impressionante acidente com Niki Lauda. O ator Daniel Brühl representou de forma magistral o piloto, conhecido por sua habilidade nas pistas, e frieza fora delas. 
Dizem que Lauda mudou depois do acidente - não seria para menos. Carregou, por muitos anos, as marcas de um corpo quase destruído. Se teve uma pessoa a qual Deus deu uma segunda chance nessa vida, foi ele. Niki Lauda teve seu corpo queimado, e as sequelas o seguiram até ontem, quando morreu. 
Foi campeão duas vezes depois do acidente - e abriu mão de um título da maneira mais honrosa e honesta possível. Além de admirá-lo, tenho um profundo respeito por esse cara que soube, como poucos, sair de uma situação realmente delicada para vencer - e não só como piloto, mas como pessoa, deixando um legado incrível e um exemplo de vida.
Fica a dica para quem quiser assistir a esta história real. Rush - No Limite da Emoção. #NikiLauda #Fórmula1 #Lenda #RIP

terça-feira, maio 07, 2019

Um Estranho no Ninho


Assisti ontem pela primeira vez a Um Estranho no Ninho, o clássico filme de Milos Forman. Aproveitando a retrospectiva sobre o diretor tcheco, realizada pelo Cinesesc, estou tentando colocar a obra dele em dia. Lembro que, na adolescência, vi Amadeus e achei chatíssimo. Daí nunca fui muito a fundo nos filmes de Forman. Estou assumindo isso porque, para quem escreve sobre cinema, parece um pecado não ter visto todos os diretores importantes do mundo. Mas acontece.

Dito isso, vi Amadeus no cinema e achei bem legal. Assisti a versão do diretor, com 20 minutos a mais, o que tornou o filme uma experiência de três horas. Cansativo, mas Mozart era uma personagem fascinante - e ver a entrega de Tom Hulce ao papel é muito legal (uma pena que o ator não tenha conseguido mais trabalhos interessantes no cinema).

Mas vamos a Um Estranho no Ninho. Que filme! Vai num crescente impiedoso e termina de forma arrebatadora, embora sem surpresas. Jack Nicholson faz o melhor personagem de sua vida. Carismático, ele consegue trazer empatia ao estuprador Mac, que de louco não tem nada, mas finge ser doido para sair da prisão e passar um tempo num hospital para doentes mentais. O cara acha que se fingir de maluco é tranquilo, mas quando começa a presenciar o sistema opressor do local percebe que se meteu numa enrascada.

Um Estranho no Ninho é de 1975. Concorreu ao Oscar no ano seguinte ao lado de Tubarão e Um Dia de Cão, dois filmes espetaculares, o que só enaltece ainda mais a vitória do filme. Milos Forman venceu como diretor superando Fellini, Kubrick, Sidney Lumet e Robert Altman. É muita gente boa numa categoria só! Detalhe: Spielberg não foi indicado como diretor, e ali começava a antipatia que a Academia nutriu por ele durante duas décadas, e que só acabou em 1994, quando ele venceu com A Lista de Schindler.

Jack Nicholson ganhou seu primeiro Oscar de ator. E ganhou em cima de Al Pacino, que está maravilhoso em Um Dia de Cão. Al Pacino só venceria em 1993, com Perfume de Mulher. Nicholson ganharia outras duas estatuetas. Taí uma das maiores discordâncias do Oscar: Pacino foi muito mais ator em outros filmes do que Nicholson. E depois de Um Estranho no Ninho fica difícil premiar Jack Nicholson em qualquer outro filme - foi o melhor personagem dele, não há a menor dúvida disso.

O mais interessante em Um Estranho no Ninho - e isso é bem triste de afirmar - é que o filme tem uma temática muito atual. Quem é louco? E o que as instituições fazem para melhorar a vida daqueles que, supostamente, possuem algum problema mental? Uma pessoa sã pode enlouquecer por causa do sistema?

As respostas são assustadoras. E o filme é, 44 anos depois de sua estreia, um verdadeiro louvor à vida e as mentes que resistem. Uma ode à liberdade, feita da maneira mais contundente possível. Uma das grandes obras do cinema, e a melhor da carreira de Milos Forman.



domingo, maio 05, 2019

Simply The Best

(Tina Turner)


I call you when I need you, my heart's on fire
You come to me, come to me wild and wired
Oh, you come to me, give me everything I need
Give me a life time of promises and a world of dreams
Speak the language of love like you know what it means
Mm, and it can't be wrong, take my heart and make it strong, babe
You're simply the best, better than all the rest
Better than anyone, anyone I ever met
I'm stuck on your heart, I hang on every word you say
Tear us apart, baby, I would rather be dead
In your heart I see the start of every night and every day
In your eyes I get lost, I get washed away
Just as long here in your arms I could be in no better place
You're simply the best, better than all the rest
Better than anyone, anyone I ever met
I'm stuck on your heart, I hang on every word you say
Tear us apart, baby, I would rather be dead
Each time you leave me I start losing control
You're walking away with my heart and my soul
I can feel you even when I'm alone
Oh, baby, don't let go
You're the best, better than all the rest
Better than anyone, anyone I ever met
I'm stuck on your heart
I hang on every word you say
Tear us apart
Baby I would rather be dead
Oh you're the best

quarta-feira, maio 01, 2019

25 anos


Era mais uma manhã de domingo com corrida de Fórmula 1. Mas não era uma manhã qualquer. Em desvantagem logo no começo do campeonato de 1994, ele precisava pontuar no GP de San Marino. Ele é Ayrton (Senna, mas eu só o chamava de Ayrton, como se tivesse alguma intimidade com ele; na verdade tinha, ele era meu ídolo).

Na véspera, depois de mais de uma década sem acidentes fatais, o piloto austríaco Roland Ratzenberger falecera após um acidente do treino. O clima estava pesadíssimo: especulava-se que a corrida devia ser cancelada mas, por causa dos patrocinadores, foi mantida. Ah, o dinheiro sempre falando em primeiro lugar.

Ayrton estava na pole - com o sempre - e liderava as primeiras voltas quando, de repente, bateu. "Bateu! Bateu Ayrton Senna!", gritou Galvão Bueno. Eu gritei "Ayrton bateu" e minha mãe, que estava na cozinha preparando o almoço, veio ver. "Foi feio", disse ela. Fiquei esperando ele sair do carro. Mas ele não saiu. A cabeça tombou e a partir dali foram horas de desespero até a notícia trágica.

Eu lembro daquele 1 de maio como se fosse hoje. E hoje são 25 anos de ausência. Sinto saudades. Sinto falta das corridas e do cara perfeccionista, cheio de energia e força, que achava que vencer era o mais importante e todo o resto era consequência disso. Ayrton foi minha inspiração de adolescente, o cara que me fazia acreditar que sonhos eram possíveis.

Fico triste quando vejo alguém falando que ele era chato, só porque ele não dava muita abertura para falarem de sua vida pessoal e, sim, priorizava a vida profissional. Hoje, como jornalista, fico pensando como seria entrevistá-lo, mas naquela época isso nem era um sonho; eu só queria vê-lo ao vivo em uma corrida.

Ainda guardo meu boné do patrocinador dele; as camisetas do fã clube e todas as fitas de vídeo das corridas até a fatal em 1994. Guardo as lembranças de manhãs de domingo extremamente felizes. E guardo o amor, o carinho e o respeito pelo cara que me inspirou e me inspira até hoje.

Obrigada, Ayrton. Você mora no meu coração. Saudades.

This page is powered by Blogger. Isn't yours?