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sábado, agosto 15, 2020



Aniversário na Pandemia


Chegou a minha vez de fazer aniversário na pandemia. Em abril, uma amiga comentou: "Até seu aniversário as coisas estarão melhores". Respondi: "Tenho dúvidas sobre isso".

Eu podia estar na praia, no bar ou no restaurante. Afinal, flexibilizaram geral. Eu só não podia estar no show do Fábio Jr, que ia rolar hoje à noite (e, em março, eu esperava o cartão de crédito virar para comprar os ingresso para mim e para minha mãe, mas a pandemia chegou antes). Eu também não poderia viajar dessa vez - nos últimos dez anos me dei de presente uma viagem e, esse ano, eu ainda não tinha escolhido meu destino. Novamente, a pandemia chegou antes.

De tudo que eu poderia ter feito, a viagem talvez fosse a que mais me doesse não realizar, porém, curiosamente, venho me preparando faz algum tempo para o dia que não pudesse viajar, por qualquer motivo que fosse. Afinal, a vida é assim, nem sempre dá para fazer o que planejamos. Então, de certa forma, eu já estava preparada.

Lógico que nunca imaginei que fosse acontecer uma pandemia. Já são 150 dias de distanciamento social e físico, por opção - pelo meu bem-estar e, principalmente, porque existem pessoas a minha volta que dependem de mim. E isso faz toda a diferença agora.

De qualquer modo, escolhi estar em casa, o que não é nenhum problema, porque já passei outros aniversários em casa por motivos diversos (geralmente quando chove eu não saio no meu niver). O dia 14 foi abençoado com um lindo dia de sol, e o último aniversário com sol que passei em casa foi bem recente, em 2017.

Tenho lembranças muito felizes de alguns aniversários comemorados com amigos, de um dia 14 de agosto que passei em Milão, de um dia 14 de agosto que passei nas Olimpíadas do Rio, e de alguns dias 14 de agosto que passei na praia. Esse ano, vou lembrar apenas que estou com saúde, estou com mamãe e Lady, ganhei meu bolo de presente da Dona Glória (uma tradição que ela manteve, e achei muito lindo receber esse afeto em forma de doce) e, uma dádiva, consegui dormir.

Aos que lembraram da data, meu muito obrigado. Meu maior desejo nesse momento é que a humanidade tenha mais empatia e amor ao próximo, respeito aos animais e à natureza. E, claro, que venha a vacina.

Sobre a pandemia, ela vai terminar um dia, e é preciso ter paciência para respeitar o tempo da natureza. Tudo tem começo, meio e fim. Que o fim chegue, com a luz de medicamentos e tratamentos eficientes, e de uma vacina eficaz que possa imunizar a população mundial.




sexta-feira, agosto 14, 2020

 Meu Dia


E se você tiver 1% de chance, tenha 99% de fé. 


quinta-feira, agosto 13, 2020

Amanhã é 14


Amanhã completo a idade que meu pai nunca teve. Não pensava muito sobre isso até que, no começo deste ano, me toquei que, ao chegar neste dia, eu teria vivido mais do que ele.

É uma sensação estranha. Vi meu pai morrer jovem e sempre priorizei minha saúde, para não repetir os erros que ele cometeu. Até porque, por fora a gente até pode aparentar ter menos idade, mas por dentro, o tempo é implacável.

Não sei explicar o que sinto agora. Ser mais velha que meu pai significa muitas coisas, inclusive que a lembrança que tenho dele é mais distante. Não me recordo mais de sua voz, mas sei exatamente como ele chamava a nossa cachorrinha na época. Tenho boas lembranças, e também lembranças ruins, com as quais precisei conviver e aprender a perdoar.

Penso que, se meu pai fosse vivo, teríamos sérios problemas. Ao contrário do que ele transparecia para mim, meu pai era machista e isso certamente seria uma grande barreira entre nós. Enquanto ele viveu, procurou me criar como uma garota que podia conquistar o mundo - mas não tenho muita certeza se ele achou que eu conseguiria.

Apenas desejo que essa data não seja só mais um ano de vida: seja também o aprendizado de que eu vivo por mim, mas também pelos que me amam e querem o meu bem. Eu vivo para ser uma pessoa melhor a cada dia. Espero que, onde quer que meu pai esteja, ele tenha orgulho disso.


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