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segunda-feira, julho 11, 2022

 Um mundo perdido


A notícia do estupro de uma gestante no centro cirúrgico de um hospital em São João do Meriti (RJ) é chocante. Choca mais ao saber que o estuprador é o médico anestesista. Choca mais ao ver os principais veículos deste país, entre TVs e sites, estão publicando o vídeo do estupro. Choca mais quando o estuprador, ao ser preso, fica pasmo ao saber que cometeu estupro.
Vamos ser didáticos: ainda existe gente que não sabe - ou finge não saber - o que é estupro. Estupro, coito forçado ou violação é um tipo de agressão sexual envolvendo relação sexual ou outras formas de penetração sexual realizados contra uma pessoa sem o seu consentimento. Se a mulher está desacordada (por qualquer motivo) ou se disse não, é ESTUPRO.
Ensinem isso aos seus filhos e filhas, netos e netas. Ensinem as crianças deste país a crescerem em um mundo mais saudável. Ensinem que abuso, assédio e estupro são CRIMES.
Segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública apenas entre março de 2020, mês que marca o início da pandemia de covid-19 no país, e dezembro de 2021, último mês com dados disponíveis, foram 2.451 feminicídios e 100.398 casos de estupro e estupro de vulnerável de vítimas do gênero feminino. 58% das vítimas de estupro no Brasil tem até 13 anos. No ano passado, uma menina ou mulher foi vítima de estupro a cada 10 minutos, considerando apenas os casos que chegaram até as autoridades policiais.
Jornalistas devem divulgar fatos, números, dados e cobrar das autoridades a punição para todos esses crimes. A sociedade também deve cobrar essa punição. Postar vídeo e seguir o estuprador nas redes sociais mostra como vivemos num mundo doente. Espero que boa parte da humanidade não deseje que esse mundo doente seja a herança que vamos deixar para nossas crianças.

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